dezembro 31, 2011
New Year's Eve
dezembro 19, 2011
If I die before I wish
dezembro 18, 2011
dezembro 16, 2011
Barco negro
dezembro 14, 2011
Esta é a nossa sorte
dezembro 01, 2011
embrace yourself
novembro 26, 2011
A juventude das palavras
novembro 24, 2011
Tiras do teu sangue para dar ao meu
novembro 22, 2011
encontrámos o caminho livre e não uma fortaleza
novembro 09, 2011
minha Juca
outubro 31, 2011
pela janela estranha do comboio eu vi
outubro 23, 2011
outubro 14, 2011
outubro 13, 2011
baby i'm a fool
outubro 09, 2011
Para a flor de Lótus
outubro 05, 2011
A língua foge?
outubro 01, 2011
aos passos lentos
setembro 25, 2011
ce n'est pas une chanson triste
setembro 24, 2011
Ma jeneusse
setembro 11, 2011
Olha como eles brilham para ti
setembro 04, 2011
Um dia
setembro 01, 2011
Jupitus, o feiticeiro
Hoje senti o cheiro do meu perfume na écharpe e sorri. Sorri porque tive a certeza que a minha pele tem cheiro. Já consigo detectar-me e existir neste mundo de loucos e sábios. Este mundo de perdidos onde alguns se encontram e outros tropeçam num abismo de cobalto e safira. É engraçado que o amor se destrói a si próprio até nós lhe darmos um pequeno abanão e iluminarmos o escuro do músculo.
Quando não dizemos nada é porque a presença chega. Não te disse nada porque fiquei comovida com a tua presença. A minha cabeça bloqueou no momento em que percebi que estavas mesmo ali e eras real e estavas junto de mim. Não és um vislumbre. És uma presença. Metade da minha presença embriagada. Já julguei não pertencer a ninguém nem a nenhum sítio mas agora sei que desafiei a gravidade do amor e que sou alguém. Agora sei que existe mesmo uma porta vermelha em Nova Iorque por onde entrei e me apaixonei pelos livros engraxados pelos olhos sedentos das crianças. Não sou nenhuma criança mas sou-o. Sou uma criança que já não espera. O tempo de espera acabou. Vamos ser honestos. Não tenho que te prometer nada. Não tenho de te provar nada. Tenho apenas que me provar a mim mesma e admitir que existi. Que nasci de costas para o sol mas que agora tenho-o na palma da minha mão.
agosto 25, 2011
que mal me quis, que me quer bem
Vou-te contar uma história. Não te prometo que seja verdadeira, mas ela vai-te trazer à memória vários cheiros e vais sorrir com vontade de beijar alguma coisa no escuro.
Passei com os dedos pela maçaneta e um velho homem quase escondido no meio dos livros, respirava as palavras doentes e ansiosas e olhou para mim.
Não sei como acaba a história. É muito cedo. Muito cedo para me aperceber do fim.
Prefiro esquecer. Sei que nessa terra onde vives o mundo não é perfeito mas é o único que tens. É a vida que foi feita para ti. Pode não te saber a marcas profundas de felicidade mas é nela que o teu olhar repousa.
Não te cheira a crisântemos e a ursas maiores?
agosto 23, 2011
agosto 22, 2011
agosto 19, 2011
é uma história diferente a nossa
És a minha grande conquista.
agosto 16, 2011
The cherry on my cake
agosto 13, 2011
agosto 11, 2011
you put your arms around me and I'm home
agosto 09, 2011
agosto 07, 2011
tu que te escondes
agosto 05, 2011
roses for me
agosto 03, 2011
uma brisa de verão
julho 31, 2011
An end has a start
julho 29, 2011
eu podia oferecer-te um abraço quente
julho 28, 2011
julho 26, 2011
o músico
julho 25, 2011
Danças e Contradanças
julho 20, 2011
o meu livro
julho 19, 2011
julho 10, 2011
a nossa história
julho 08, 2011
ingénua que sou
junho 28, 2011
sonetos lilazes
Mas algo em mim teima mudar, caminhando para juzante em direcção ao meu coração. Um pontada afiada de uma faca sentimental que me empurra para as águas bravas dos livros inquietantes e das actividades fora de moda. Fui levada pelo vento no dia em que comprei um regador azul, fazendo questão de regar uma única planta cá em casa com os devidos objectos. As canecas não me pareceram suficientes.
Este trouxe-me de volta até que me fundi nas águas profundas e rolei com as ondas espumadas e salgadas da ternura. Foi-me colocada nas mãos uma sebenta com provavelmente vinte anos e uma brisa arrepiante trouxe-me a teima das leituras no jardim ao pé de casa quando o sol fustiga a relva e dá mote e fundo ao canto dos pássaros que jazem nas árvores em plena alegria.
Agora não quero deixar o mar. Quero voar com o vento. Já cheguei a considerar tais eventos mero resultado do ridículo mas ainda acredito em lugares perfeitos e momentos carregados de Amor. Um amor que se perde pela terra húmida debaixo das árvores do pomar. Aquele amor que todos temos receio de encontrar, porque é esse que se revela em mágoa. Uma dor lacinante no peito que nos rasga os órgãos e parte os ossos de júbilo.
Na minha cabeça mil e uma histórias são trauteadas como se tivesse nove anos outra vez. Agora quando provo o vinho quente e doce que me incendeia a boca sou transportada para esse lugar remoto de novo, em que era a minha infância. Quando por magia, os sons dos blues ou do jazz me percorrem as veias do corpo e me enchem de nostalgia. São sonetos com cor esses momentos. Este verão decidi compor sonetos. Sonetos antigos, verossímeis e que cheiram a almíscar e a lilazes.
Vou colocá-los junto ao frasco de água de colónia de lavanda francesa e da caneta de tinta permanente. Quando o carteiro passar possa ser que os veja e os envie a quem já viveu este tipo de amor. O amor que encontramos no coração de alguém que ora amámos e perdemos ora, nos apaixonámos e amamos para o resto dos dias gloriosos da nossa vida.
Os sonetos são da cor do lilás.
Rachel Portman-Grey gardens (suite)
junho 19, 2011
how to build a home
Foi assim que essa casa se contruiu. É assim que se constrói um lar.
maio 06, 2011
abril 29, 2011
névoa de ti
abril 27, 2011
kaleidoscope heart
abril 21, 2011
pêssegos e pérolas
Deus é o nome que as pessoas dão à razão de estarmos aqui, disse um famoso físico e cosmólogo.
Enquanto os rios correm e a terre treme milhões de vida são perdidas nas catástrofes dos dias 11. Uns rezam e outros pedem a Deus o imprevisível e quando chega a "passagem" todos se esqueçem que todos esses pedidos foram atendidos sem hesitações. Não chega mostrar um sorriso gelado e fingido. Não chega aproximarem-se os corpos e deixarem as almas em casa a descansar.
Quando Jesus voltou deixou claro que o seu destino não era deixar o homem apeado à berma da estrada. E o que todos fazemos é chorar e derramar tinta pelo chão enquanto o inevitável acontece.
Quando eu era pequenina não sabia o que era a Páscoa. Não sabia porque pintavam ovos e porque os padrinhos ofereciam amêndoas aos afilhados. Gostava e não dizia nada.
Hoje gosto ainda mais. Não gosto das amêndoas feitas de embrulho de papel e etiqueta cara. Não gosto e parte-me o coração ver crianças abandonadas ao fundo do quarto com uma multidão de brinquedos calados sem significado.
Enquanto as asas deles estão enferrujadas, o amor vai chegando em cartas a algumas casas. Faz-nos mudar de opinião e nem precisarei de dizer quem. Basta montar uma mesa com uma toalha comprida e decorá-la com amor. Amor em forma de gente e em formas de amêndoas doces. Amêndoas em forma de folar, de abraços e muito carinho espalhado pelas paredes da sala.
Um pouco de humildade e assim Deus já se torna a razão de estarmos vivos.
É só preciso reunir forças e levantarmo-nos.
Let him go Bluebird. Ready to fly here WE go :)
Uma Boa e Santa Páscoa para todos*
abril 13, 2011
pintassilgos
Passando por altos e baixos ou não a vida traz-nos sempre aquelas surpresas que nos deixam de queixo no fundo.
É a bela e maravilhosa vida humana
abril 08, 2011
flores em casa
Existem pessoas que sonham com soberbas vidas e sonhos pouco lúcidos. Outras vagueiam no tempo, quebrando paredes e solos inférteis da terra onde vivem. Enquanto a música toca, ouvidos cutículas de sentimentos a voar pelo ar e tomamos consciência de que a vida são mais que três dedos de pura consciência, de terapias mensais para quebrar o gelo das relações, terras inóspitas de pessoas perdidas. É mais que tudo isso. São grandes momentos que se tornam pequeninos à medida que somos esbofeteados pelo caminhar dos ponteiros do relógio e nos tornamos gente com real sentido. As nossas terras, as nossas vilas não são feitas de pessoas perdidas. Existe a senhora da mercearia que faz fiado aos clientes porque para ela são família. Do outro lado da rua moro eu, que nos verões tórridos da cidade me cubro com uma capa branco de renda antiga e carrego uma mochila castanha clara que transportas as tralhas de uma vida com sentido. Um caderno sujo com histórias carregadas de tinta permanente, um porta moedas de cabedal velho já gasto pelo uso, uma carteira com uma identidade desconhecida e tantas outros pertences que se juntam numa vida. Mais à frente encontro a florista que faz arranjos maravilhosos saídos de um campo com flores deslumbrantes. O senhor augusto que vende as melhores bolas de Berlim do mundo. A senhora do supermercado que tem sempre um sorriso rasgado sem desconfiar.
Sem demoras vêm de visita os restantes moradores da vila que aos domingos se enche de crianças a correr pelo parque antes de um almoço em família.
Existem vidas que têm sentido. Que partiram de um barriga desejada de uma mãe fora do comum. E quando for mãe vou colocar frascos de vidro para as especiarias na minha cozinha, vou pintar os armários com arame de galinha de branco e vou regar as plantas na janela.
Existem vidas que têm sentido e outras que simplesmente perdem o rumo porque a vida não teve tempo de lhes oferecer outra oportunidade.