maio 31, 2012

14.




o que eu sei é que estou bem como estou. alheada, despistada, desorientada, atravessada - mas feliz. sou como sou. não vou mudar ~

maio 30, 2012

13.

* às vezes curamos-nos de um nada. De uma coisa qualquer. De alguém. Com uma ajuda qualquer que vem do nada.


maio 28, 2012

12.

- para Deus os homens são ratos.

maio 26, 2012

10.

Piglet: How do you spell love?

Pooh: You don't spell it. You feel it.

esquecer que se é




Anna andava de um lado para o outro sem saber o que pensar. O carreiro de jacintos que se atravessava à sua frente festejava na colina até às intercalações de pinheiros mais próxima. Naquele mar de vida, naquele sossego triste só conseguia distinguir restos de nuvens que sobravam do dia anterior. É que às vezes custava acreditar que naquele bocado de mundo inteiro restava apenas um pedaço pequeno, uma porção de terra que lhe cabia nas mãos e com a qual ela não sabia brincar.
Outrora fazia-o tantas vezes. Todas as horas livres, ela mergulhava na imensidão que crescia no campo e que lhe roubava a atenção do mundo.
Era apenas uma pergunta, o tipo de pergunta que lhe consumia o dia e lhe roubava as noites. Agora todos os minutos eram delinquentes e todas as horas eram desperdiçadas porque havia tempo para gastar. Havia tempo para não haver tempo.
“Who the hell are we?”. Sem estar à espera Maggie apareceu por detrás de um dos arbustos e puxou-lhe o braço.
“ You’ve been walking around here a lot lately”. Aquele sorriso delicado e rasgado como as estrelas que roubavam o céu dizia ela.
“ It’s better here don’t you think?”.  O sol descia pela colina. Era tarde.
“ Anna…”
“Don’t. It’s ok. You don’t have to worry about it”.
“But everyone’s been asking for you”.
“I know. But I need to be here”.
“I believe you. When you’re ready come back for us. There’s still a place in the house. We love you”.
“Okay”.
Maggie afastou-se no trilho indeciso e correu até desaparecer a sombra do seu corpo pequeno. Anna voltou a observar o mar. As ondas de raiva que espumavam contra o rochedo.
Respirava-se melhor ali. Era-se melhor ali.

maio 25, 2012

asa




Está tudo bem. Está tudo como deve estar. Nos sítios certos, com as pessoas certas. Com as palavras certas.
Está tudo bem.

maio 24, 2012

maio 23, 2012

9.



deixai-me ser criança

maio 22, 2012

8.

eu gostava de perceber porque é que as pessoas têm tanta falta de tacto. A insensibilidade dá-me vontade de pagar na mesma moeda, só que a sorte deles é eu ter bom coração.até à próxima



maio 21, 2012

tell me who makes these rules

quando chegar aquele dia em que veremos porcos a voar sobre o Tejo é nesse dia que vou deixar de fazer o que me der na real gana.

maio 20, 2012

sim, tu aí




maybe I'll tell the world to fuck himself, because right now I don't have the slighest care for him :)

maio 18, 2012

o querer e o fazer





What  we should be doing today is what suits us best. We should be embracing the world with our arms and tell them to bugger off because life is too important for us not to follow our dreams.
We should be winning the battle because there's nothing else we should be doing but victory. We're not born to loose, and if we do, it only means that it will be a little bit more difficult to reach the sunshine of love.
We should be being busy turning our lives a little bit better and we should be making love to the ones we care the most, because if we don't life will be a little bit more miserable than it should be.
Life is Life, not Death.

maio 17, 2012

And I thought I was the only one in the world to know this. Fuck

maio 16, 2012

dizer que sim





Existem momentos negros na nossa existência que nos corroem como metal e que nos deixam na berma da estrada. Podemos tentar trazer o esforço do sorriso mas há algo que recua, que nos afasta do princípio que começou tão bem. É como amarmos e estarmos constantemente a beijar o carinho de alguém que não nos merece.  É como levarmos porrada da vida sem merecer, e continuar nesse constante círculo porque não somos nós fora dessa roda, não somos nós fora da esfera do sofrimento a que nos habituamos. Mas queremos sair. Lutamos com o corpo para sair mas ninguém vê, porque quando sofremos dói no corpo todo e precisamos que nos arranquem do precipício. Sem isso não chegamos ao sítio onde queremos chegar. Queremos que rapidamente nos puxem com força e com amor ao mesmo tempo. Queremos que percebam que estamos fracos e não precisamos de mais empurrões. Queremos um gesto fora do gesto. Uma palavra fora da palavra e queremos um pouco mais de amor fora da imbecilidade do amor.
Porque é isso que nos acontece quando nos morrem por dentro. É isso que acontece quando não queremos aceitar que agora só podemos sobreviver dessa memória. É isso que acontece quando amamos com todo o nosso coração e nos arrancam toda essa rotina que nos apaixonou e que nos deixou viver e que nos fez viver.
E percebes agora porque digo que não te podes ir embora? Percebes agora porque não quero que vás e que desistas?
Porque me dizes todos os dias para fazer o contrário e porque vou ficar neste mesmo estado em que estou agora. Desgastada, cansada e farta de ter que fingir que viver sabe bem quando alguém não está cá. Quando um alguém meu não está cá.
Porque se partires não vou ter ninguém para me tirar do círculo e porque sei que sem te pedir virias a meio do dia ou da noite para me salvar daquele salto. Porque sei sem te pedir que me arrancavas com força daquele buraco e me dizias que eu tenho que existir porque ainda há muita coisa que temos que viver na vida.
Percebes? Porque sem isso, sem a parvoíce que somos nós, a brincadeira que é estarmos juntos porque é bom viver no riso, sem isso, a vida não é vida. Sem essa tua existência a minha também não poderia continuar dentro ou fora do círculo. Não existia. Passavam a ser dois dentro da sombra e a não existir.

7.

e quando é para descer descemos fundo e quando é para subir, chegamos ao topo. agora resta saber onde estamos.

maio 15, 2012

não faz mal sermos nós

Sometimes we put up walls, not to keep people out, but to see who actually cares enough to break them down


maio 14, 2012

jogamos às escondidas?





às vezes escondemos a dor nos lugares mais inacreditáveis do mundo. guardamos a frustração nas tarefas mais diabólicas e brincamos à felicidade porque para nós, os loucos, essa é uma forma de fingir e esquecer que a morte existe e que a solidão magoa. às vezes somos mais loucos que sóbrios. às vezes somos mais diferentes que iguais e não há nada de errado nisso.Porque sempre ouvi dizer que a diferença é bonita.

maio 12, 2012

a imbecil




eu costumo acreditar no amor como a imbecilidade que nos faz feliz. quando dizem que sou criança dizem a verdade e ela não me incomoda. porque dentro de mim vive a mais nova das pessoas, e quando brinco mais do que fico séria é para não chorar com a tristeza do mundo. quando sorrio é porque acho bonito sorrir e quando rio é porque me faz bem, e faz bem a toda a gente. quando como chocolate é porque  me aumenta o ego e a barriga e não me importo de engordar. quando salto à corda não é para outros verem mas para me sentir criança e brincar com a vida.
quando me vejo ao espelho finjo não me ver porque tenho medo de não acreditar no que está reflectido no espelho porque o que está dentro da minha cabeça só mora cá dentro e é só meu. sou mais feliz dentro desse conforto que os outros chamam idiota mas que a mim me protege a alma. dentro dele há um mundo que ninguém vê e é enquanto os outros se movem que eu paro e vejo coisas. é nesses momentos que sou mais feliz, quando não dão por mim no tempo e  lá estou eu a delirar nas minhas histórias e os meus olhos começam a ver o que a minha cabeça e o meu coração sentem, a imaginação. é nesses dias que sou mais feliz quando, sozinha, me vejo entre milhares de outras pessoas e de outros cenários. quando sonho é para não ter que me habituar à vulgaridade do mundo e quando amo é porque isso me torna uma pessoa melhor.
e quando amo as pessoas que precisam da minha parte imbecil é porque isso me faz feliz e porque sem essa parte, sem eles, a vida seria um bocadinho mais triste, e de tristeza já está o inferno cheio.

maio 11, 2012

6.

- some people think with their hearts instead of their heads. That's me.

maio 09, 2012

safe heaven




sermos fortes não significa necessariamente termos força. é reconhecermos a fraqueza dentro de nós e acreditarmos que ela desaparece com a força dos outros, das outras pessoas. Das Nossas pessoas.
Ser forte é querer sair da tristeza com dignidade, com um ultimato de ajuda disfarçado de uma queda, de uma ofensa ou de uma espera. Sermos fortes é escondermos a fraqueza na dor dos outros, para fazê-los feliz. Sermos fortes é reconhecermos o bem nos outros quando estão mal, porque é nessas alturas que precisam mais de nós. é nessas alturas, quando nos pedem para irmos embora ou para não insistir que mais precisam que não digamos nada e fiquemos de braço à volta a ouvi-los chorar durante a noite. é quando não há nada que temos que dar tudo, e o tudo somos nós, pessoas fortes.

maio 08, 2012

tem-na de dentro

I hope you have the strength enough to open yourself to others. Then you'll see you earn many things, and one of them is love.pure, tough, sometimes selfish but most important of all: it is for free.

maio 07, 2012

5.

- começo a odiar as segundas e a eternidade da tristeza que não se esgota dentro delas.

maio 06, 2012

Imagem no espelho




Raiz de pedra,
corpo de vento,
olhos de água.
Assim sou
entre pássaro, flor e mágoa.

em A Maresia e o Sargaço dos dias, Luísa Dacosta

maio 05, 2012

4.

quem faz as regras não pensa que o destinatário vai fazer exactamente o contrário. Vai lutar de coração aberto para quebrar tudo o que é suposto ser certo, cuidado e esperado. Porque na vida importa mais o perdão das coisas inesperadas, das aventuras e do atrevimento que é amar e não nos esquecermos de nos sentirmos amados.



maio 03, 2012

estar(mos) no meio




Se as pessoas são tão maldosas, talvez o sejam só porque sofrem mas é longo o tempo que separa o instante em que deixaram de sofrer e aquele em que se tornam um pouco melhores.

maio 01, 2012

3.

um facto:  a nossa saída de emergência não tem porta, como os inícios que se transformam em fins. Não vale a pena respirar às vezes.