agosto 25, 2011

que mal me quis, que me quer bem

Não te cheira a crisântemos e a ursas maiores?












Quando olhas na noite e não vês as estrelas eu sei que não fazes por mal. Eu não vejo estrelas. Vejo vultos que dançam, músicas francesas e o som de um bandolim. Não faz mal. Não te culpes.

Nessa parte de terra onde estás o sol também nasce para ti. Sei que acreditando ou não, sabes que foste abençoado pelo cardume imenso de situações imprevisíveis que a vida te traz. Em forma de balões no ar, em forma de homens e mulheres que te querem bem e em forma de esperança.
Vou-te contar uma história. Não te prometo que seja verdadeira, mas ela vai-te trazer à memória vários cheiros e vais sorrir com vontade de beijar alguma coisa no escuro.

Algures noutra existência eu passeei desenfreadamente por Nova Iorque e encontrei uma porta vermelha numa pequena ruela que recebia o calor do sol em Domingos de Agosto e em sextas-feiras de Maios.

Olhei para a porta durante alguns segundos e cedi à tentação de entrar e descobrir de onde vinha o cheiro maldito que quase me matava.
Passei com os dedos pela maçaneta e um velho homem quase escondido no meio dos livros, respirava as palavras doentes e ansiosas e olhou para mim.

Era um cenário idílico aquele. Parecia vidro lilás com flores apaixonadas a boiar lá dentro. Durante várias tardes o rádio tocava incessantemente as músicas dos anos 40. Aquele jazz perturbador e as melodias francesas que rasgavam o ar com a velhice e o esquecimento.

Estendi-me no chão várias vezes e encostei-me às almofadas dos livros. As estantes não tinham fim e a luz. A luz que em nada se assemelhava àquela luz pastosa e artificial dos centros comerciais. A luz acolhedora de um lar italiano ou do sul de França.

Quando esses dias acabaram, trouxe comigo uma caixa com livros antigos e o rasto do cheiro dos crisântemos que eram colocados todas as manhãs junto à estante principal. Durante as noites eu apontava para as estrelas e a ursa maior era o único anjo que me conhecia e cumprimentava lá de cima.
Não sei como acaba a história. É muito cedo. Muito cedo para me aperceber do fim.
Prefiro esquecer. Sei que nessa terra onde vives o mundo não é perfeito mas é o único que tens. É a vida que foi feita para ti. Pode não te saber a marcas profundas de felicidade mas é nela que o teu olhar repousa.

Se vires esta mensagem não te vires. O mar que está à tua frente está aí para o observares,

Fecha os olhos. Mergulha os dedos na areia e lembra-te da vontade própria.
Não te cheira a crisântemos e a ursas maiores?

agosto 23, 2011

vox populi




não vos cheira a crisântemos e a ursas maiores?:)

agosto 22, 2011

The weight of the world



Neste momento o mundo não me pesa :)

agosto 19, 2011

é uma história diferente a nossa




Olha, sabes uma coisa? Se não fosse por mim eu não estaria nesta posição. Se não fosse por mim a luta não seria a mesma e se não fosse por ti, esta luta não valeria a pena.


És a minha grande conquista.

agosto 16, 2011

The cherry on my cake



Fazes-me lembrar a canção do chico. Mas ao contrário dele não emigraste nem encontraste uma brasileira qualquer. Estás aqui bem perto. Fazes-me rir e fazes-me bem ao coração. Vou-te dizer que sim, acordo a pensar que talvez terei uma mensagem tua no telefone ou uma luz cor de laranja no skipe. Achas que a nossa história poderia ser escrita num livro? E achas que a nossa história pode começar naquela cidade que nos espera a tão poucos dias? Eu quero que seja verdade e quero que sejas melhor do que eu te imagino. Vejo-te como o mundo e se fores melhor é porque desta vez não errei. És a pessoa a quem rezo todos os dias e a quem fico sobressaltada quando ouço o teu nome em vão. É parvoice mas as coisas do amor são mesmo assim. As coisas do amor são sinceras e se ainda não reparaste eu também estou carente e preciso exactamente das mesmas coisas que tu.









Basta que nos apercebamos disso no momento certo e que eu te possa dizer ao ouvido o quanto gosto de ti e o quanto acredito na tua vitória.













agosto 13, 2011

afinal esperaste



Obrigada.






Dust Bowl Dance- Mumford and sons

agosto 11, 2011

you put your arms around me and I'm home



Estou em fase de recuperação e para tudo esquecer escrevo. Escrevo porque me alivia a alma. Não para agradar a públicos. Escrevo porque me alivia a dor e porque me traz paz. E a paz não reina nesta terra neste preciso momento.







agosto 09, 2011

milagres não existem

obrigada por não esperares no salto.

agosto 07, 2011

tu que te escondes




Queria que soubesses sabes. Há muito tempo que os nós dos meus dedos estão avermelhados do esforço que ando a fazer. Não é por ti que o faço. Não é por mim. Nem é pelos estranhos. Eles merecem essa condição. Faço por todos aqueles a quem o coração se abre e a quem o medo não se exalta porque eu estou lá. Como as ondas do mar que não se interrogam da força do vento.É por todos eles que construo casas. Ao invés, tudo o que consigo fazer é construí-las e desaparecer para que o mundo não dê pela minha presença. Ando a passos de algodão. Nunca reparaste? Eu disse-te que não o fazia por ti. Às vezes esqueces-te que me lembro de tudo, que não esqueço nada. Que guardo tudo a quem não o faz. Guardo tudo, albergo tudo para quem não o quer fazer. Disseste-me tantas vezes que o fazias por mim e não vejo nada. Prometes-te tantas vezes que não me largavas a mão, que os nossos mundos se não separavam e agora corres na distância e eu quero chorar. Tenho pedras nos olhos. Dói-me o corpo. Dói-me a alma e doem-me as lágrimas. Estou cansada de correr e de não veres que preciso de tudo aquilo que não me tens dado. Não preciso que me ampares o ombro e me deixes morrer. Não preciso que me tragas mais para salvar. Estou cansada de habitar sem viver. Estou exausta do mundo. Deste mundo pelo menos. Dizem que és forte mas eu não preciso da tua garra. Dizem que és héroi mas eu não preciso dos teus actos heróicos, das tuas melodias que me fazem chorar. Das tuas fendas que me consomem e me iludem no escuro da noite. Sonhos já eu tenho muitos. Tenho-os desde que nasci e tive a percepção do que o mundo realmente era. Este era um lugar ao qual eu chamava de casa mas agora que olho, não vejo nada lúcido. Não te distinguo no meio da multidão. Dizes estar lá mas tudo o que vejo são chamas no lugar das pessoas. É triste. Costumava acreditar nas possibilidades e nos nascimentos. Para mim tudo nascia. Para mim tudo era vida e tu eras vida que partiu mais cedo. Eras uma içusão bem real. Uma ilusão estúpida que eu levava para todo o lado. E por isso me chamavam de imbecil. E por isso me gozavam na luz. Riam e eu ouvia o eco do riso nos rostos alegres. Agora és pó. Agora não existes. Desapareces-te. E então responde-me: se eu plantei as sementes, por que não posso colher eu os frutos? Responde-me. Eu venho sempre a horas como me pediste. Nunca falho um horário. Trago-te a minha alma e a sensatez do meu corpo e mesmo assim deixas-me sem palavras. Venho como pediste aos homens para virem. Eu nunca atiro a primeira pedra. Sei os erros que cometo. Sou tua filha e irmã dos outros e nunca me vês diferente. Sou a tua carne e nunca me tocas no escuro e no abismo.


Deixa-me viver. Só um bocadinho. Deixa-me ver as coisas que me prometeste em pequena e que agora se escondem por detrás da tua cortina. Deixa-me só espreitar. Deixa-me espreitar através dos óculos cor-de-rosa. Ela já me disse para o fazer. E eu quero. Eu escondo esta vontade que me arranha as paredes do músculo do coração. Mas tenho tanto medo de falhar. De perder o que conquistei. Dá-me só um dia para tudo ficar bem. Dá-me um pouco de ti só por um instante de vida para que eu possa abrir os braços de novo. Só te peço aquilo que os outros não querem. É dificil?


Não entro no cemitério por isso mesmo. Tu sabes onde é o meu lugar. Sabes onde pertenço e sabes as vezes que rezo por ti e te peço por todos aqueles que me curam e descuram o coração. Preciso de um pouco de carinho. Não quero partir sem Ver o mundo. Não quero partir sem Te ver.




Não quero partir sem achar que foste criado em vão. Nada acontece por acaso e se vieste para nos salvar, agarra-me os braços enquanto caio neste momento. Agarra-me. Eu espero por ti no salto.








agosto 05, 2011

roses for me



A Sophie Dahl ensinou-me que ser egoísta não tem necessariamente a ver com a falta de partilha. Simplesmente termos um dia permissivo e de pura alegria. Um dia onde a auto-indulgência não existe e onde o resto do mundo é calado.



Hoje foste tu esse meu dia. Hoje foi o meu dia egoísta :)




Merci*

agosto 03, 2011

uma brisa de verão




És os meus 38 graus. Vejo-te como uma pequena chama que atravessa a ponte e vem ter comigo nos sítios mais mirabulantes do planeta. Lembro-me de ti em qualquer lugar. Recordo-me do teu rosto em qualquer esquina e em qualquer bar. Estás nas capas das revistas e nos quadros das galerias. E todas as músicas que oiço tocar na rádio são tua autoria.


Sinto-me tão feliz por te ver em breve. Só espero que o mundo nos continue a trazer estes dias de sol que nos têm aconchegado as costas. O nosso dorso descansa em paz no coração um do outro.


Digam lá que o mundo não está cheio de esperança?