janeiro 31, 2015

imitando Baudelaire

Tive um jardim em Espanha. 




janeiro 25, 2015

Irmãs de Sangue

Os melhores amigos são os de África.
Jessica com o seu riso eufórico, e todas as desinibições que o resto do grupo carrega.Adoro-os. A sua especial atenção para a gargalhada. As irmãs segurando as lanternas no escuro do mato, prevenindo-se das cobras.
Todo o continente traz essa aventura que eu sempre desejara. É por isso que os preservo. Para sempre, no meu coração.


janeiro 20, 2015

Pablo Neruda: Amantes

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Meu pai faz anos





janeiro 16, 2015

Clandestinos do amor

O lugar parecia clandestino. Uma ucraniana de vestido bordeaux e botas de cano alto passeava-se pela cave escura, e ria às gargalhadas com o rapaz e a amiga. Eu não percebera o dialecto, mas algo naquela poeira de fumo e a distracção de todos pelos telefones me cativou.
"Enquanto olhares para mim eu sou eterna", gritou o rádio. Não havia inverno nessa noite. Apenas caras que não se conheciam num andar de baixo.
Somos clandestinos do amor
Odeio o estado do mundo. Há uma corrente de chuva que escorre pela plataforma da estação do cais, e tudo sofre.
Há um raio de luz que espreita do tecto e depois a humidade dos pensamentos.
Odeio o estado do mundo. E não posso fazer nada contra isso.

janeiro 14, 2015

waiting game

Paris é para mim uma vaga recordação. Já estive nela. Escrevi sobre ela. Reportei de um computador de Hotel sobre ela, a pessoas mais chegada. Mas nesse tempo longínquo não amava Paris.
Tenho para mim, que tudo o que enfrentei com esses quinze anos que tinha, não tem qualquer significado para mim. Nunca mais poderei ser a mesma pessoa. Não saberei sorrir da mesma forma para as fotografias.
Paris é para mim agora uma vontade. Ela é um desejo que guardo no bolso. Uma sedução. Uma selva de utopias.
Talvez volte, para outra aventura, já dez anos depois. As estrelas estarão à distância do toque.



janeiro 13, 2015

Ilan Eshkeri

Corri desenfreadamente para a multidão de chuva que estava à minha frente. Deixei para traz a confusão dos transportes e dirigi-me a casa. Não sei porque tal, mas senti vagar. Chorei porque o vento cortante e a ondulação da chuva, insistindo em magoar-me a cara, quebravam o espírito.
Não preciso da falta de amor, para definhar. É o tempo, esse elemento tão hipócrita que odeio. Não odeio o cheiro da humidade, mas sim o dos teus olhos. Minto, a cor de prado sem fim que eles emitem. 
Odeio o gesto fácil que é segurares-me na cintura para me sentir mais firme. A certeza, a que odeio, é de invejar o mundo, que te alberga mais que eu.
Só te tenho por umas horas, e odeio.
Quando regressares, estará escuro.



janeiro 10, 2015

A tua boca seria um império, se pudesse provar a conquista que é tocar-te. Não da forma mais banal que encontro neles, tão distantes entre si. Da forma que me faz arranhar os ouvidos à chegada quando suspeito da tua presença. Do modo maquiavélico que é o teu sorriso. Enrubesço só de te imaginar despido de ilusões, tão saber da realidade.
Tu és também poesia, Talvez a que tem forma de prosa. Porque assim ao escrever lembro-me de ti, e as palavras trazem-me sentimentos.
Acho que te sinto para lá das estrelas.

janeiro 09, 2015

janeiro 08, 2015

Thesaurus

Com a consequência do tempo estar agradável envolvi-me de novo na selva paradisíaca da Fundação de Calouste. Os jardins mantinham a pose exuberante de uma natureza que em tudo não é selvagem. Estes não eram jardins malauianos ou amazónicos, mas sim um recanto que sofria todos os dias manutenção, mas eu reconhecia-o como um milagre no meio da civilização.
A questão da paisagem que se tinha discutido voltava agora com força. Esta era uma localidade que falava mais alto que o homem, embora muda. Os animais e as plantas, e a presença humana que invariavelmente invadia o espaço, contribuíam para a criação de uma paisagem cultural. Aqui não havia discriminação de idade e forma. As árvores aceitavam o meu dorso para eu descansar. Fechar os olhos e dormir a sesta. Quem não sentiria essa sensação de poder e liberdade, se lhe fosse entregue esse privilégio?
Paul Theroux continua sempre a ter razão. A viagem e a caminhada sem pressa constituem um dos melhores elementos da vida humana. Dizendo isto é admitir que o homem será sempre um procurador, em busca de qualquer coisa, que nem precisa de ter nome.
Essa pode ser uma palavra, um estímulo ou uma sensação. Para quê nomear se podemos sentir?