novembro 09, 2011

minha Juca

Há mulheres que crescem nos grandes gestos e há mulheres que adormecem no tempo depois de terem sido espancadas pela vida. Eu vejo-te como o ouro escondido nas minas. O ouro submisso e calmo que pelas mãos de outros sobe até à terra e vê o Sol. Há muito tempo que o inverno habita ai nesse teu coração, mas se quiseres arrisca um pouco e vais ver que no meio das pequenas escuridões, espreita sempre um feixe de luz. A vida bate-nos com força e amachuca-nos o corpo e à medida que o tempo passa as flores parecem diminuir de tamanho e chorar de raiva em vez de brotarem do húmus e viverem infinitamente. Eu não te conheço muito por dentro, conheço-te a face, os olhos cor de peixes verdes e esse sorriso que já embalou muitas almas. Já deves ter mergulhado bem fundo e tudo o que vês pela janela deve ser bem mais triste do que há uns tempos atrás, mas sabes que mais? Quando plantamos sementes cresce sempre alguma coisa dessa acção e por mais forte que o embate tenha sido a árvore que nasceu dele és tu. É a tua força que se mostra. Tem flores bonitas, tímidas, mas flores que extravasam a luz do sol e que têm esperança. Tu és o teu nome. Tu és a tua alma que te define todos os dias. És a casa que trazes contigo, e apesar de teres a mobília desarrumada, com o tempo o pó vai desaparecendo e os homens das mudanças irão vir para ajudar. Eu estarei aqui para te ajudar. O inverno está cá mas a Primavera também há-de chegar, e eu quero que ela chegue rápido porque és mais bonita quando as flores crescem e o sol brilha. Enquanto elas estiverem debaixo do chão a minha mão anda para a frente mais um pouco na tua direcção. O ouro está próximo do ponto final. Nunca deixes que te desonrem o corpo, a casa e a família. És uma só. E és uma com grande valor. Nunca te percas dos teus ideais. Sê apenas, Mary

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