abril 29, 2011

névoa de ti



Nós nascemos e fomos criados debaixo da neblina de Verão. Fizémos promessas de que encontraríamos alguém melhor que o outro para não magoarmos os nossos corações. E agora sentimos tanto a falta da proximidade que nos unia. No amor e na amizade. O que nos unia era muito maior que os outros. Era selvagem e forte.



Habituámo-nos à presença um do outro e agora as estradas estão todas vazias porque lhes tiraste a sombra dos nossos vultos e as pegadas dos nossos sapatos. Tiraste tudo. Sem olhares para trás e sem atrapalhares o passo partiste rapidamente e todos os músculos do meu corpo ficaram petrificados. Por tua causa deixei de amar muitas coisas, deixei de ser gente e de viver como me fizeste em todos os dias que estivémos juntos. Em todos os passeios que demos, em todos os beijos que trocámos debaixo das árvores em todos os dias de tempestade que me agarravas carinhosamente nos braços e me embrulhavas dentro de ti. Lias-me cartas e poemas de estranhos e eu imaginava que eras tu que os escrevias. Entravas dentro de mim e eu imaginava seres uma criatura angelical que me amava a carne e o espírito. Ainda definho por ti. Ainda sofro pela tua partida. Mas tenho que te deixar partir, senão irei tornar-me numa estranha ainda maior e irei deixar de acreditar no potencial de todos os dias. De serem belos e de conterem a magia que tu me ensinaste a fazer. Mesmo sem uma varinha mágica no bolso.






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