agosto 28, 2013

Pai

O meu pai. O meu pai tinha o olhar quebrado em frente ao mar. Os navios a passar. Os navios a passar como cruzeiros num resgate.
Também a postura farta dizia muito de quem fala com as mãos no restaurante perto do areal. Era a segunda casa que o roubava de nós, e ao mesmo tempo o trazia com tanta intensidade.
Era assim o meu pai. Um corpo de mar antigo e cansado, com o humor das rochas.
A boca salgada da fala e os sonhos de Alentejo.
Estaria sempre ali, à beira de um abraço.
Era o meu pai.


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