Quando entrei no café pelas 4 da tarde e provei um capuccino com natas e um pão de leite com fiambre a acompanhar, reparei no senhor que estava sentado numa pequena mesa junto da janela. Ele lia o jornal religiosamente e quando se dirigiu para a saida deixou cair a caixa dos óculos. Pediu-me as sinceras desculpas quando nem tinha dado pelo incidente. Uma simpatia. E quando a mesa ficou sozinha no seu sossego a banhar-se com os raios de sol de inverno que lutavam para entrar no pequeno espaço, a mesa subitamente iluminou-se e a minha mente elevou-se dali.
Tenho estes momentos muitas vezes durante o dia. E naquele momento imaginei as personagens principais do livro a trocarem sorrisos e olhares cúmplices como se ninguém estivesse ali.
Depois de uma sessão de risos entre amigas, abandonei o café e fui festejar a parte 1 do aniversário do meu pai no trabalho da minha mãe. Ela gere um cabeleireiro.
Não bebi champagne porque sinto que estremeço quando sinto as bolhas de gás a percorrer o meu estômago.
Mas observei as caras felizes das empregadas a beber o borbulhante acompanhado de um bolo de chocolate.
Mais tarde quando regressava da rua sozinha na escuridão do dia, saboreei as montras das pequenas lojas, a drogaria e o pequeno atelier de costura. Interrogei-me se realmente alguém frequentaria o espaço ou alguma jovem sedenta de um pequeno momento de magia na companhía de um rapaz pediria um vestido que lhe acentuasse a cintura e que exibisse o seu batom vermelho e desse destaque aos sapatos a condizer. Apenas uma rapariga simples que teria mãos de fada e asas de borboleta escondidas nas costas cansadas do trabalho.
Despedi-me da rua e depois da aula de inglês corri para uma omeleta especial para acompanhar o resto do jantar.
Espero falar contigo amanhã para te contar a festa parte 2.
Espero que durmas bem. Sobre as luzes das estrelas.
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