janeiro 24, 2011

chicago

Escrevi esta carta ontem à noite e imaginei que o remetente a leria, sorriria e guardaria a carta no bolso como tantas outras vezes.



"Eu sentei-me ao balcão. O dia estava ventoso. Enquanto me dirigi para o café protegi os meus cabelos com um lenço castanho.
Tirei-o e coloquei-o em cima da mala na cadeira ao lado, quando tu, um rapaz fora do comum, murmuraste umas quantas palavras e convidei-te para te sentares na cadeira disponível.
Falámos sobre o sentimento que te transmitia viver em Nova Iorque e o que me levava ali.
Gostei dos teus traços, da maneira descontraída dos teus lábios se moverem e do teu cabelo rebelde. Sei que posso parecer viril mas ao convidares-me para o baile e ao apareceres naquele fato, entraste em mim, no meu coração de uma maneira que nunca tinhas feito antes. Desafiaste as leisda natureza do século XXI e fizeste o meu coração sorrir.
Gostei muito dessa noite. Agradeço-te por isso e por tantas outras coisas que me proporcionaste.
Sinto o teu cheiro em poucos sítios, os que me fazem sentir bem. No mercado, onde comprei as laranjas que te falei no nosso encontro no café, junto ao rio onde me levaste uma destas noites. Foi óptimo sentir o cheiro do rio e sentir o toque das tuas mãos entrelaçadas nas minhas. Foi a primeira vez que te manifestaste assim.
A nossa intimidade comforta-me, por isso gosto tanto de ti. És delicado, distante de um modo apelativo e cada vez reconheço mais o teu rosto em mim.
Cada vez tenho mais a certeza que te amo. Tenho essa certeza quando me levas a passear, quando me raptas a meio da noite e te sinto dentro de mim no meio dos lençóis do teu apartamento.
Tens uma casa para dois e vives sozinho. No primeiro jantar que me preparaste tinhas uma mesa para dois, dito por mim, e tornaste o convite oficial numa questão de segundos. Foi a primeira vez que me seduziste com o teu charme que nos tornou tão cúmplices.
Tive essa certeza quando te vi enamorado por mim mesmo nos momentos mais distantes e difíceis.
Gosto de ti meu querido, e tenho a certeza de que quando te vi no café naquele dia de Outono que levantava poeiras e movimentava árvores, foste tu que me encontraste a mim e desde aí, os dias têm-se tornado num Verão caloroso com cheiros de mar e sal na nossa pele.
Estou feliz por ser tua."










Hoje quando passei pelos correios para mandar um pequeno mimo à minha melhor amiga, esperei na fila pela minha vez e quando dei por mim tinha as pupilas dos meus olhos azuis coladas a um pequeno expositor com CD's de músicas de todos os géneros. Mas um deles destacava-se pela capa antiga que tinha como título 'Chicago'. Pensei estar noutra era mas era verdade, e por apenas 3,80 euros ganhei um presente para me levantar o ânimo.







Voltei para casa e decidi procurar pelos filmes do James Bond. Apetecia-me Timothy Dalton e aquele are ar sedutor típico de homem inglês e comi duas fatias de pão tostado no forno com manteiga.


Sinto que hoje tenho pouco a dizer por isso deixo-te um pouco de verão, porque se não fosse eu, não seria mais ninguém a desejar o verão em pleno inverno, e o frio gelado em pleno verão.
até depois












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