Ontem fui ver o filme " O Turista". As críticas eram más e por momentos pensei não ter companhía para o serão, mas lá fui com os meus irmãos na esperança de termos uma noite um pouco para o divertida. Mal sabíamos nós no que nos estávamos a meter.
Entrei sozinha num desencontro com o meu irmão e a minhã irmã e sentei-me num dos bancos mais afastados do ecran.
Na sala reinava um silêncio confortável e respeitador. Pensei estar acompanhada por alguém mas logo me apercebi que estava completamente sozinha comigo mesma. Peguei no meu bloco e vingir ver um rapaz a descer pelas escadas da sala e dizer poucas palavras. Nas letras que colei ao papel sonhei com uma companhía diferente num pequeno restaurante, ao som da música que saía dos autifalantes da sala. Uma rapariga francesa cantava Les euax de Mars e descortinava o prazer em mim da sua companhía. Fui interrompida pelos meus irmãos e esperámos pelo inicio do filme.
O pior é que apenas meia hora mais tarde do previsto a película começara a rodar normalmente. Primeiro anunciaram o trailer do filme e disseram que iria ser exibido na sala ao lado, quando esse mesmo filme seria visto na sala 2 onde estávamos todos à espera de o ver.
A noite era ainda uma criança, e a Clara e o Jonathan ainda estariam no solar inglês a trocar olhares, segundo o livro do Levy.
Acenderam as luzes e abriram as cortinas do ecran e uma sucessão de risos segui-se durante mais 5 minutos. Senti que o meu estômago não ía aguentar.
Depois desses 5 minutos fecharam de novo as luzes para finalmente exibirem o filme. Mal sabíamos nós que o melhor ainda estava para vir.
Passados 5 minutos os risos fizeram-se ouvir quando a película que começara a rodar era a película de um filme que só iria estrear na semana seguinte.
Parecia brincadeira mas não era.
Quando as barrigas se cansaram de tanto riso e tanta piada finalmente apagaram as luzes e exibiram o filme esperado.
No final um Jonnhy Deep disfarçado de professor de matemática seduzia a bela Angelina Jolie para mais um filme de acção.
Quis contar-te primeiro este acontecimento porque é recente e porque me apercebi que realmente tinha alguém querido à minha espera e que tenho alguém que me ama. Quando cheguei do cinema na minha distracção da noite e embalada pelo vento malicioso que soprava na rua recebi uma pequenina mensagem que me aqueceu o coração e me fez vestir o corpo de vermelho e ter um homem a conduzir-me numa dança. Um homem não. Um rapaz. Um rapaz que compreende o amor.
Isso.
E quero dizer-te que foram os melhores 50 anos que podia ter dado ao meu pai. Ao fim da noite mergulhámos em álbuns de fotografias e rimos na companhía do champagne até às 2 da manhã.
Escrevo-te mais cedo porque hoje vou hibernar nos trabalhos de casa de matemática e em filmes de sábado à tarde porque o tempo não está para grandes passeios no jardim.
Espero ver-te amanhã num dia menos frio e com mais sol.
E até lá esperimenta umas receitas italianas. Mete uma mesa bonita, veste qualquer coisa bonita e surpreende alguém que gostes.
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