janeiro 31, 2010

back to normal


Depois de três horas de dança com saltos altos, com mil pessoas a rodearem-me, o calor a falar mais alto, o champanhe a correr-me nas veias, e as ancas a abanar. Depois de dançar em cima do varão para dúzias e dúzias de pessoas chegou a hora de sair. Apanhar ar. Chegar ao cruzamento e ficar parada no sinal de stop. Esperar pela boleia até à realidade.


Depois de uma noite assim, soube bem chegar a casa, descalçar as botas, largar a maquilhagem, pôr-me dentro da banheira, lavar este corpo sujo consumido pela dança. Lavar a cara com água fria, lavar os dentes, vestir pijama, deixar o cabelo por secar e FINALMENTE enfiar-me dentro da cama e fechar os olhos para 7 horas de intenso sono profundo.



Foi pouco mas bom.

janeiro 30, 2010

back to the 80's


Esqueçam a vergonha, esqueçam os penteados a direito, esqueçam os fins-de-semana boriiiiing de todos os tempos.

Hoje é dia de festa, é dia de revolução capilar e sorrisos geniais. Hoje é dia de orgulho de gargalhadas sem fim e de mostrar que vale a pena viver.



Chiau babys :D

janeiro 29, 2010

Voa voa


Gostava de te agradecer como tantas vezes o quis e não pude.

Tantas vezes pensámos que nunca iriamos cair e deixar para trás tão boas memórias. Obrigada por cumprires o contrário. Pelo menos a esperança disso mesmo.

Foste e és muito importante. Foram alguns anos. e foram anos bons.



Tenho orgulho de dizer que ainda gosto muito de ti flor de lótus.



Um abraço da

mary*

Marianne


Come on Marianne

The sun sets in your eyes

I'm in love again

Come on once or twice

Wanna be your air?

Come on now, all I see

Wanna ride along

Follow all our dreams

Kaleidoscopes that fall into the sun

Gonna lay the blame on me, not anyone

Gonna write a song

Sing it to the sun

Don't tell anyone

Don't tell anyone

Oh, sweet Marianne

You're the only one I've ever loved

And I swear it on

Swear it on the moon and stars above

I wanna understand

And, I wanna be your man

I wanna be your man

Swear it on the moon and stars

I will full moon

Just a part of me

Gonna write a song and see how a woman feel

Come on get it on right into the sun

Gonna ride along and fly, gonna let it on

Oh, sweet Marianne

You're the only one I've ever loved

And I swear it on

Swear it on the moon and stars above

In my head you're the only one I've ever loved

I wanna be your man

You're the only one I've ever loved

Oh, don't you love me

Oh, don't you love me

Don't you love me

Oh, don't you love me

Yeah yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Yeah yeah yeah yeah yeah yeah yeah

Oh yeah

janeiro 28, 2010

new life


Há coisas que já não me surpreendem nada no dia-a-dia, desde há algum tempo. Mas a vida prega-nos partidas às quais estamos muito vulneráveis.

Hoje acordei, e pensei que o dia ía ser um desastre total. Ás vezes acordo assim. Com a impressão que a raiva do mundo descarrega toda em cima de mim. Mas o ânimos acalmaram e a professora de Matemática estava nos bons dias, o sol apareceu (thank god), a aula de educação física foi de rir e finalmente agradecer às minhas ricas perinhas por conseguirem dar um salto no trampolim de jeito, tive um furo desde as 11:45h às 16:00 e a aula de Biologia prática passou-se à espera para avaliar o pré-projecto (que não foi avaliado) na conversa com o pessoal.

O engraçado que tantas e tantas vezes dizemos que odiamos o liceu e nunca mais iremos querer voltar atrás. Não é assim. Quando olhei pela janela do autocarro de manhã e mais tarde no vidro do autocarro público apercebi-me que adoro esta gente e finalmente é importante apaixonarmo-nos. Eles são uns idiotas. Mas são os idiotas que partilharam 3 anos da minha vida. São os idiotas que vão comigo a Praga na viagem de finalistas e são os idiotas que me vão fazer falta no final de cada Verão, quando estivermos à espera do 1º dia de aulas.

Agora é que a raiva se me assenta ao pelo, e me apercebi que estou a apaixonar-me por tudo isto. Vivi tudo, mas não expus como queria. Queria ter escrito no papel todas as histórias que viraram livros na minha cabeça, e que só agora é que têm oportunidade de sair e apanhar um pouco de ar. Porque elas queriam sair e ter uma surpresa no sorriso dos leitores.

Tal e o qual o sorriso do menino do Bimbo que sorriu quando hoje lhe ofereci um pedaço de Kinder buenno e ficou espantado com o meu presente. Foi um sorriso. Um sorriso delicioso que não tirou graça ao espanto de uma rapariga estar apaixonada e oferecer um quadrado de chocolate com caramelo por dentro ao rapaz do Bimbo.



janeiro 27, 2010

Amo-te sabias?



Às vezes adoro a maneira como enrolas o cabelo nos teus dedos como por magia, mesmo sem saberes que esse gesto faz de ti uma coisa especial e única. Tipo pó mágico entendes? Ás vezes não tenho medo de te dizer que te amo, porque apesar de ser a única solução à frequência do meu amor por ti e da minha incredibilidade , faço-o com amor . Ás vezes fazes coisas de que me orgulho e me vem a força desse sentimento e cruzo os dedos, e volto a saltar o muro , aquele muro sabes? Aquele que só saltamos poucas vezes na vida. E nunca te disse. Porque acreditavas tanto que conseguias ser a melhor – e eras na verdade, meu amor.
Acreditavas que as coisas tinham o seu sentido e a sua razão e adoravas fazer-me sofrer para mostrares que me amavas e que não era um mundo perfeito. Acreditavas Sininho? Acreditavas mesmo que não existia uma dor por não te ter sempre que quisesse e sempre que não passeasse contigo na companhia do Sol, nas tardes só nossas? Porque custa às vezes, e custa esta permanência de solidão saudável e nunca te disse isto. Nunca te quis dizer porque sei que o teu amor por mim é maior que as palavras e dói quando é preciso. Amo-te Sininho e a tua ausência magoa-me .



nós


aquilo que mais gosto em nós não é a nossa história, porque todos acham a sua história especial. e só os "nós" por ai espalhados é que sabem da verdade da sua história. a nossa só é especial porque só nós sabemos como ela é. mas aquilo que mais gosto em nós não são os nossos beijos, porque todos os "nós" sentem borboletas no estômago e essas coisas que todos dizem. os nossos beijos são segredo. aquilo que mais gosto em nós não são as nossas mãos, porque todos os "nós" gostam de passear de mãos dadas à beira mar. não. sem dúvida, aquilo que mais gosto em nós somos mesmo nós. com um ponto final bem sublinhado. aquilo que mais gosto em nós são todas as coisas que só nós sabemos como são, sem saber muito bem como elas são. como nós, por exemplo, que viemos aqui parar por acaso.

Tenho a melhor amiga do mundo






Tenho a melhor amiga do mundo. A Joana Teresa Fé Fernandes é uma miúda, por vezes fora do comum. Obstante outras vezes consegue ter momentos de completa lucidez como quando vai a uma apresentação em público ou engraxar psicólogos para projectos da escola. Eu conheci a Joana no Verão na altura ela era uma pessoa ainda muito rebelde de espírito e quase não a conhecia, como podem calcular. Passados dias ela fez anos, 10 de Julho de 2007 e nem me recordo se lhe dei os parabéns mas isso não importa. A Joana andava no 11º ano e a minha opinião dela foi logo boa e de uma atitude surpreendente. Lembro-me das primeiras conversas que tivemos que ela quase me contou a vida toda dela, incluindo o porque da saída dos escuteiros, que aquilo tinha mudado muito e que a partir de uma certa altura as coisas tinham outro sentido e outra razão. Sim, porque para a Joana tudo tem um sentido e uma razão e por muito más que as coisas sejam, algo de bom irá vir daí em diante. A Joana acredita que não devemos ficar parados no tempo à espera que as coisas aconteçam à nossa frente, nós é que temos de ir à luta e experimentar novas coisas, novos desafios se o caminho que tínhamos não nos interessava. O importante é lutar pelos nossos sonhos e nunca fazer planos demais para o futuro. Quanto mais os fazemos mais erramos. A Joana ensinou-me muita coisa, a partir desse dia, e ensinou-me a crescer de uma maneira muito diferente e peculiar. Porque a Joana sempre foi uma miúda determinada e qualquer um que se meter no caminho por más razões leva no focinho, podem ter a certeza. Ela não é cá de meias conversas e mariquices não é com ela. A Joana sempre teve um toquezinho especial para ter tudo sob controlo e para arranjar boas soluções para os seus problemas. A Joana Teresa é a considerada beta mas não beta de todo. Tem o seu estilo de beta, que na escola já é demais conhecido, porque ela vem sempre com um sorriso no rosto e de fones nos ouvidos de manhãzinha. Tem o gostinho especial por piercings que por vezes são chulados, MAS são piercings. Como beta que é e radical por natureza só podia querer usar t-shirt, scuba e ténis, ah e o vício do telemóvel que vai com ela para o caixão! Se fica sem ele por dias, lá vai a Joana Teresa ter um ataque cardíaco e tentar arranjar um novo ou mensagens para avisar a best, ou o mauro, ou pereira, ou seja quem for. A Joana tem o hábito das calças de ganga, mas nunca à boca-de-sino, calças de ganga com ponta fina e de preferência com ténis da Merrel para dar um toque desportivo e ao mesmo tempo anel no dedo e os pulsos recheados de pulseiras do Bonfim. Ela sempre teve a mania de embirrar com as coisas que lhe tentava dar, por exemplo dinheiro, ou sabrinas e também de ser caridosa com os mais pobres, dando 30 euros de uma vez só para não ter que ter o sacrifício de observar uma mãe com um bebé ao colo, descalços no meio da rua. A Joana tem um amor por um casaco da Adidas que lho roubaram e adora gozar com tudo o que tem à frente. Quando soube que me meti com os pretos fez-se logo de minha mãe e nesse dia nem abri a boca.
Uma das coisas mais bonitas que já ouvi dizer da Joana foi:” é tipo a luz das nossas vidas” e juro que foi dito pelo Mauro, o melhor amigo dela. A Joana teve a sorte de ser 91 e de ser do Sporting á nascença e teve o azar de ser teimosa como o raio e de isso lhe provocar bons resultados profissionais em conjunto com os pequenos truques que ela traz na manga. O azar que eu tive foi que moro em Lisboa e podia ter ficado a morar em Setúbal perfeitamente, já viram o azar?
A Joana adora óculos de sol e ainda não descobri porque mas ela tem a sina de apanhar escaldões nas costas por desastre ah e deixar cair telemóveis à água. Durante quase um ano fui conhecendo a Joana e acho que nunca vou conhecer por completo, ela tem segredos que ninguém desvenda.
Um dia disse-me que eu era a melhor coisa que lhe tinha acontecido na vida e a partir desse dia nunca mais quis outra coisa, apenas aturar aquele mau feitio delicioso que ela traz com ela.
Passados 10 meses de nos conhecermos, estou a escrever esta coisa, que a define, ou pelo menos tenta, e acho que já estou a abusar no embrulho, que ela vai demorar séculos a ler isto e paciência para pessoas chatas é que ela não tem.
A Joana tem preferência em apanhar bebedeiras e contar a sua vida toda a ser uma menina consciente e esquecer os amores, passando à frente e partindo para outra. Óbvio que ela sempre fez isso, especialmente com o Bruno mas disse isto para a picar. No verão eu era uma criança autêntica e vi a Joana como um modelo para mim, por isso é que hoje em dia sou um bocadinho diferente, pelo menos para a Joana sou a excepção dos robots lisboetas. E sinceramente também acho que sim, também partilho da mesma opinião. A Joana para além de ser magrinha e toda gira, tem a terrível sorte de comer toneladas de pastéis de Belém e não engordar como uma cavala, segundo eu e ama, com toda a razão, a Lisboa velha. Ontem estive no Chiado a fazer compras e lembrei-me logo dela e nem sabia eu que horas mais tarde iria saber que ela tinha apanhado um escaldão!
No natal ofereci à Joana um lenço daqueles muito vendidos nas feiras artesanais, mas este era diferente, era meu e foi acompanhado com uma t-shirt muito original que lhe fiz e amei o esforço que tive para a fazer, porque ela adorou e o sorriso dela é das coisas mais cómicas e adoráveis à face da terra. Um dos livros preferidos da Joana é o ‘Fazes-me falta’ da Inês Pedrosa, e o filme preferido dela é a Paixão de Shakespeare. Um dos tiques da Joana é morder o fecho dos casacos e estar sempre a mexer no cabelo e a empurrá-lo para trás, como eu.
A Joana tem um namorado chamado Fábio que lhe tira os pontos às medidas e ai dele que não tome como deve de ser conta dela (eu sei que sim mas sou pita e só podia ter receios destes). O melhor amigo dela, o Mauro é muito sensível e a Joana é uma pessoa muito dada a coisas directas e sem conversa de engraxamento, como na política sabem? Ela quer ser psicóloga, que eu sei ou então vai para a Força Aérea e vai ser a melhor, mesmo e a sério. Ela é especial porque até bêbada consegue ser perfeita, até a vomitar os intestinos quase todos e até a ter uma arritmia cardíaca, que lhe valeu uma ida ao hospital na companhia do Pereira e um susto dos diabos para mim.
A primeira carta que recebi da Joana veio acompanhada de uma pulseira, a preferida dela e com a letra da nossa música das saudades, e chorei depois de ler a carta. Estava a vir da escola e li-a ao pé dos correios da Rebelva sozinha no carro. Nunca lhe disse isto, mas foi a primeira vez que chorei com uma carta.
Neste momento é dia 27 de Abril de 2008, Domingo e 10:48 da manhã e já ando nisto há uma hora e não me canso. Ultimamente tenho-me cansado muito e dormido pouco. Na quinta-feira estive no sítio onde a Joana mora, em Setúbal e depois fui a Grândola e depois dormi em Beja, num hotel onde cheguei eram 4 e tal da manhã. Nesse dia tive umas saudades dos diabos da Joana e nem vos conto nada. Ela estava sem mensagens de novo e lá tive eu que gramar com os meus dilemas nestas alturas. No dia a seguir de manhã antes de ir para Espanha tive a ver o hi5 dela no computador da Patrícia e vi lá uma foto que amei e fiquei com vontade de ir correr para lá que nem imaginam. A Joana Teresa tem uma inveja terrível pelos meus all stars que nem vos conto e já está prometido que dia 6 os levo para lhe fazer inveja! Sim porque tive a sorte de na segunda-feira me dar um ataque de pânico e de ela ter telefonado ao meu pai e ter resolvido a situação e o melhor de tudo foi que o meu pai simpatizou com ela J
O ren, o cão da Joana, o senhor António e a senhora dona Helena tiveram a maior sorte do mundo em tê-la lá em casa e são óptima gente, só podia.
São agora 19:22 da tarde e retomei a minha tentativa de descrever a melhor amiga de sempre, o que é muito difícil digo-vos já. A Joana tem um carisma enorme pelas pessoas e a dureza que alguns dizem ela ter é toda ilusão, quando se já conhece a Joana é uma coisa completamente diferente, ela não quer magoar nem julgar ninguém, apenas não perdoa traições e desilusões demasiado fortes. Por isso é que ela já sofreu demasiado no amor e na vida. Sim porque não pensem que a vida da Joana é um mar de rosas. A Joana é uma miúda muita forte e inteligente mas é tudo isso graças às borradas dos outros e às asneiras dela. Lembro-me quando ela sofria de amor pelo Bruno e surpreendentemente ela ultrapassou aquilo na maior (para o habitual da Joana não seria normal isso) e admirei tanto a força dela nesse momento, como também admirei tanto o facto de ela ido para o pé do avô no verão para tomar conta dele que estava doente e ainda ter pedido desculpa pela ausência. (Sempre compreendi as ausências da Joana apesar de me magoarem mas amo-a e isso basta para aguentar).
Há dias tivemos uma discussão enorme porque ela me convidou para ir às festas e eu como lhe queria dar dinheiro para ela comprar um telemóvel novo e ela não aceitava fiz chantagem com ela dizendo que não ia as festas de propósito, o que a irritou profundamente! Mas faço tudo isto, mando dinheiro para ela por correio, arrisco-me a levar do meu irmão e tenho ataques de pânico e falta de ar por causa dela. Por causa da única pessoa que foi suficientemente capaz de me julgar e dizer as merdas na cara para eu crescer que nem gente decente. Sim porque a Joana não quer que eu ande por ai em bairros no fim do mundo e ainda morra sem que a ambulância chegue a tempo. Gostava de dizer que não me estou a emocionar a escrever este texto mas sim, estou, com uma lágrima no canto do olho e a ouvir músicas do tsanana, como diz o amigo da Joana, mas senti que era preciso escrever isto e escrevo amigos, para toda a gente perceber.
A Joana tem o lado de cima e o lado de baixo. Geralmente ela está sempre no lado de cima, e é regularmente atacada pelo seu orgulho imenso que a leva a fazer coisas pelas pessoas que mais ama que ninguém imagina. Desprezo e tratar mal, é o pão-nosso de cada dia, mas não pensem que ela é um monstro. Ela por vezes tem juízo, e arrasta o seu pai para fazer piercings a meio da tarde e vai às compras com a mãe para ela ter uma tarde com a filha, que raramente vê! Eu gosto mais do lado de cima da Joana, do lado por vezes sarcástico e prático e daquele lado também que ela repara nos pormenores todos dos filmes como eu e por fim o lado sensível que a leva a dizer:” Eu também tenho sentimentos está bem?” e o lado em que ela se derrete em lágrimas com os filmes da vida dela. Shakespeare in love, Armaggedon, e tantos outros.
Tenho no meu quarto uma caixa só reservada para as cartas e as coisinhas dela e ainda estou à espera que ela apareça cá em casa e partilhe desse espaço do meu quarto e a mesma coisa para ela. Sim porque um dia destes meto os meus pés lá em casa, invado-lhe o quarto e é a paródia total. É necessário haver estes bocadinhos só nossos e andamos a rezar as duas para que chegue as férias rápido e vai ser maravilhoso.
Quero com isto tudo dizer que a Joana prefere viver e não sobreviver e tenho a certeza que depois de ler isto me vai querer matar, mas como sei que ela me ama acima de tudo não vai fazer isso.
Amo-a, é tudo!















Quase 4 anos, orgulho :$

Castelo de vidro




As pessoas têm olhos azuis, castanhos ou verdes, e depois há aquelas que estão no meio e não se decidem por mais lentes de contacto que ponham durante a sua vida inteira. Eu tenho olhos azuis e nasci com os maiores caracóis do mundo, mas há medida que o tempo foi passando foram ficando lisos e fiquei com cabelo ondulado quase liso.
As pessoas têm cabelos e formas que nunca mais acabam, fazem plásticas e manicures e pintam o cabelo de ano para ano.
As pessoas têm manias, de tempos em tempos –e gostam. Relacionam-se por dinheiro e fazem uns negócios por aí! Chamam a atenção a umas quantas e arranjam casamentos por conveniência. Até que um dia se fartam de satisfazer sempre, em primeiro lugar, os seus tão abençoados luxos e divorciam-se.
Quando estão na escola e pensam no que vão fazer da sua vida apenas consciencializam que a estrada dali para a frente vai estar sempre aberta e apenas cortada para os pobres de espírito que não pertencem ao seu senso comum, que nem se apercebem que têm.
Eu aprendi nos livros e nas palavras que me diziam, quando estava na secretária de 2 no 4º ano que existem paredes de vidro que nos impedem por vezes de agir.
Quando brincava ao ula e ao pião, não me apercebia disso, nem quando achava os sorrisos dos rapazes as coisas mais adoráveis à face da terra. Achava-os bestiais e as raparigas eram autênticas bonecas.
Eu cresci. Estou aqui. Cresci para não bater contra a parede de vidro, que me impediu de ir ter com a minha melhor muitas vezes, de dizer as palavras certas e de chorar no momento certo. De trazer as memórias para as pessoas e os sítios certos. Não é por mim, é por ela. Pela intensidade da vela que derrete em todos os topos das nossas conquistas. Pela força do amor incondicional que eu tinha pelos rapazes que se transformou em amor a sério, em desilusão e alegrias. Em descobertas fantásticas e pelos dedos cruzados em todas as figas numa promessa de amizade.
As pessoas têm olhos azuis, castanhos ou verdes, e depois há aquelas que estão no meio e não se decidem por mais lentes de contacto que ponham durante a sua vida inteira. As pessoas têm cabelos e formas que nunca mais acabam e bem lá no fundo guardam um castelo de vidro.




Afinal até há estrelas no céu!


Antes de partir para a África do Sul, dei-me de caras com um cartaz no Chiado, ilustrado com uma criança negra, que dizia :” O abuso de menores nos países subdesenvolvidos afecta a esperança de elas acreditarem nos seus sonhos, nas suas estrelas cadentes! Dê-lhes a oportunidade de verem estrelas no céu, na sua vida!” Por espanto e vulgaridade de pensamento, não fiquei admirado. Como psicólogo que era estava habituado a traumas suficientes, que não me fizessem chorar três dias seguidos fechado em casa.
A minha missão era mais uma de muitas que já tinha feito em toda a minha carreira. A brisa do ar, o calor fenomenal e insuportável de mãos dadas com a escassez de água fizeram-me quase desapontar ao ver aquela vulgar e suja gente. Vítimas de abuso e carentes de alimento. Estava ali para as ajudar, mas hoje em dia, quanto ganha um Homem por isso? Umas lágrimas ao fim do dia e uns trocos para sustentar o vício do tabaco. Na primeira noite estava encarregado de visitar a 1ª tenda das crianças, entre os 5 e os 10 anos de idade. Nos dias seguintes a 2ª, a 3ª até à 10ª tenda.
Caminhei por choros intermináveis e lagos de sufoco, embebedados pelos olhos tristes das crianças que cada vez menos esperança e alegria me transmitiam, até que deparei com o toque de uma mão suja, doce e impaciente que me arrastou até lá fora. Era tarde e a noite já se pusera há muito tempo! A criança tinha visto o mesmo cartaz que eu, mas desta vez na tenda onde fora entregue para cuidados médicos e psicológicos!
Não entendia o porquê daquele chamamento repentino, até que o menino pediu colo, e quando o fiz, com o maior espanto, apontou para o céu dizendo:”Afinal até há estrelas no céu papá!” Depois disto, apercebi-me que por isto um homem ganha muito mais que uns trocos para fumar!
Por isto um homem ganha histórias para contar e forças para descobrir!



janeiro 26, 2010

I will be like you one day








Eu sei que é impossível igualar-me a um grande mentor. Nunca seria capaz de o fazer. Seria capaz de me tornar mentora de uma forma original, que marcasse o mundo. É disso que os verdadeiros Ídolos estão cheios. De simplicidade. Do factor 'único' na presença de tantos corpos inúteis da sociedade. Conheço poucos assim. Conheço a Margarida, O antónio, a J.K e a Mafalda. Sõa poucos, mas eles existem.





Tal como Deus os criou para um missão eu acredito que nasci para ser uma de tantas que ainda estão por descobrir. Não me quero convencer de que o contrário é possível. Porque não é. Nunca foi e nunca será. Acredita, a sério. Agora que já não és uma menina (apesar de teres uma imaginação igual a tal), está na altura de saltares a vedação e encontrares o futuro brilhante que te espera. Lá estará guardado um sorriso e um beijo no canto do lábio tal e qual como a Wendy do Peter Pan. Ele está à tua espera. Só tens de ter pensamentos felizes e elevas-te no ar. É fácil não é? É tão.





Por mais que possas pensar que isso é impossível lembra-te que o teu coração puxa pelo lado mais sentimental. Tu adoras escrever, porque não fazê-lo a tempo inteiro. Tu adoras observar os outros, porque não passares uma tarde inteira sentada no café a olhares para as expressões do senhor que está por detrás do balcão e que é bem giro por sinal. Tu adoras entender a mente do homem, porque não ajudares na depressão dos outros e fazeres-te à vida caminhando para a ala psiquiátrica do Hospital mais próximo? Tu adoras viver, porque não sonhar com essa possibilidade?





É possível. É tão possível como a força que o sorriso que a Amelie Poulain traz com ela quando imagina a quantidade de orgasmos possível num segundo numa cidade inteira. Ela pensa em disparates, gosta de uma vida simples, gosta de ser reservada, e observar os vícios obscenos da gente do bairro. Tu adoras a história dela, porque não fazer a tua? Está próximo, depacha-te ou vais perder o próximo comboio que te leva à praia desejada das palavras, das emoções, dos sentimentos a 3D, dos sorrisos eternos, que nunca nenhum capitão Gancho poderá arrancar das crianças. De ti.

























O palco é teu, o mundo é teu. A boca é tua, toca a falar e a gritar 'A vida é tua'.















"E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre." Miguel Sousa Tavares


















E AGORA OUVE . ESCUTA COM ATENÇÃO.


























janeiro 25, 2010

dói-me o corazión

Tenho saudades da Joana.

scared

Ok. chegou a hora de dizer que estou completamente em pânico porque vou ser transformada em alien na minha viagem de finalistas. Amigos espero ver-vos mais tarde.

janeiro 23, 2010

sábado.

já passou.

The fear










Quando não sei o que fazer, agarro no meu caderno de 1,20 do chinês e enfio-me numa divisão fechada. Às vezes tenho medo que alguém entre e perceba o que estou a fazer. O mistério e o medo que me apoquentam dia e noite. Esta noite tive suores frios e dormi mal. Lembro-me ontem de ter ido a uma reunião na minha escola sobre a viagem de finalistas a Praga. Lembro-me de não estar nos meus melhores dias.




Depois de 45 min de dúvidas para pais e alunos, tive de repetir tudo de novo porque a minha não ouviu nada. De seguida, fomos às compras ao LIDL e eu fiquei no carro. O carro ficou estacionado em frente a um muro com uma hera a corroer-lhe o pequeno resto de pedra que ainda existia. Liguei o rádio na estação Marginal. Ao som do Jazz apercebi-me que estou cheia de medo e tenho receio de contar a alguém. Tenho medo que a pessoa a quem quero contar isto tudo não tenha ouvidos para tal. Tenho medo que as pessoas que saiam e entram do minisupermercado se apercebam que durante estes 2o min estive a chorar de medo e não sei se arriscar é a melhor solução. É estúpido ter medo de arriscar quando temos todas as oportunidades à nossa frente e não temos nada a perder. Mas eu tenho e é esse pensamento que me corroi por dentro. Posso perder tudo e arrepender-me para o resto da minha vida. A Joana disse-me que não devia ser tão lamechas e tem razão. Tens razão Joana. Mas se me tornar num erro de muitos anos que não me vai deixar viver o resto da minha vida.












Mas gosto de pensar que tudo pode resultar e o que sempre quiz pode vir a acontecer de uma maneira inesperada e tão simples que não tenha que pensar em más consequências mais tarde. Foi um choro pequenino mas que me chateou durante 15 horas seguidas.










Tiraste-me o sono e agora vou-me vingar. Vou arriscar por tudo e seja o que Deus quiser.
















Chapéu-de-chuva Amarelo


Na Inglaterra de hoje assistimos a revoluções diárias de sentimentos subtis em resultado de aberrações políticas, climatéricas, sociais, culturais e do fórum psicológico.
Briget Martin era uma das cidadãs que sofria do mal de contrariar o culto inglês ou de outras vezes se empenhar na audácia de ser uma verdadeira britânica, com orgulho e presença. Na pequena cidade de Surrey, onde são escassos os vestígios da actividade citadina, Briget encontrava a solução perfeita para os seus problemas: a mudança para a cidade em menos de uma semana.
A tarefa deu-se facilmente, tanto que Briget nos dois dias seguintes já se instalara no seu novo apartamento junto a um dos pubs mais requisitados da cidade. Curiosamente esta mudança era estranha. As ruas enchiam-se da correria sempre normal, a que a preguiça tem medo de fazer frente. Nos dias em que a chuva se chateava e a neve fazia companhia às crianças que já não deliravam com os pequenos flocos brancos, o percurso para a prestigiosa agência de viagens onde trabalhava, tornou-se curioso.
George, uma figura estranha cruzava-se sempre no seu caminho. Tudo o que sabia dele encontrava-se escrito num chapéu-de-chuva que se encontrava no seu colo, dias a fio, durante os trezentos e sessenta e cinco dias que completavam o ano. Com as letras esborratadas das gotas da chuva, ocorria-nos na visão escrito “ Este chapéu vai salvar-lhe a vida. A si e à sua imaginação”. E lá Briget pensava no auge da sua curiosidade que quereria o mendigo dizer com aquilo. Tal qual os publicitários forretas que acreditavam que as mentiras surtiam efeito no desejo dos compradores, Briget não ligava à afirmação e seguia para o emprego.
Tal dia brilhante chegou que a sua promoção no emprego a condicionara. Tudo o que sabia fazer era vender viagens – que previamente pensadas, não a levavam a ter trabalho nenhum. O combinado e o esperado seria uma nova campanha publicitária que o levaria a si a viajar a um destino paradisíaco. Os dias de chuva interminável fizeram Briget olhar no livro do seu escritório, onde se encontrava George. E foram 3 anos depois, que já directora da sua própria empresa ao olhar, sempre na mesma direcção de que fazia antes e nenhuma anormalidade lhe despertara, se apercebeu.
1
Mesmo ao cruzar Trafalgar square se encontrava um cartaz com o memorável chapéu-de-chuva amarelo dizendo “ Este chapéu salvou-me a vida e a imaginação. Salve a sua e viaje sempre”.

Guerra das Palavras


Ontem comprei uma cama nova. Uma cama moderna, larga,espessa. Confortável. Quando se compra uma cama, sentimo-nos pequenos espaços vazios entre os átomos, porque nada significa para nós. Apenas uma pequena renovação no visual da nossa divisão. Uma acção arrogante.
Quando atravessava a montra da loja deparei-me com um pequeno monte de árvores de jardim, cujo olhar sofria na solidão, à espera de um pouco de terra onde pudessem crescer e ser flores selvagens gigantes. Elas podiam pertencer a Pandora, a um Planeta Verde, a um espaço entre duas rochas firmes na Patagónia onde fazem expedições para cientistas. Madagáscar podia dar-lhes um lar no meio dos picos afiados que guardam um escuro intenso entre si, onde habitam proezas da Natureza que meio milhão de pessoas desconhece.
Infelizmente elas não se mexem e eu senti culpa ao rectificar que me enganara no tamanho da cama nova e fizera o possível e o impossível para acudir este pequeno peso no cérebro.
A escrita está assim também. Apagada. O planeta está assim também. Esquecido. Entre amigos que acreditam que é possível reverter o processo de destruição planetária, onde proezas fotografadas pelo Hubble desaparecerão e patrimónios nacionais envelhecerão à velocidade das serras, e entre outros que dariam tudo para renovar votos de alguém que combateu o comunismo e pediu as sinceras desculpas pelos erros da Igreja, eu estou encurralada no meio, e temo pelo poder que a escrita deixou em mim. Shakespeare largaria o amor e o pincel amargurado, irritado com a hipocrisia que demanda no poder da criação de um lugar remoto. Na defesa de um país livre, de uma oportunidade de olharmos a preto e branco. De estarmos às escuras e preferirmos a escuridão iluminada da cegueira à escuridão demasiado negra do mundo que nos mata por dentro como veneno entontecedor. Porque eu quero ler e já não tenho tempo. A pressa rouba-me o tempo. A maldita pressa tornou tudo mais pequeno, até o gosto de gostar, a motivação para tentar. O passado que partiu no barco de remo levou pequenas fortunas que podiam fazer de nós pessoas com tempo para amar a poesia nova. Sim, porque poesia é bom. Convençam-se disso. A poesia é boa e é simples. Apenas a complexidade do que existe nasceu das cinzas de um grifo espiritual que morreu antigamente. É delicioso, porque podia fazer-nos defensores de uma legião em tons de prateado como nos novos elétricos de Lisboa. Eles promovem a mudança, porque não a poesia? O bailado? Bailado novo, fresco, sem esforço porque se vai esforçando.
A pressa rouba-nos o tempo e deixou que aquelas árvores fossem abandonadas numa montra de uma loja e não no lugar certo, no lugar quente e húmido que lhes traria a paz da vida. Esta é a revolta que me atinge no meio desta incessa guerra. A aurora desvaneia-se e chama-me ignorante quando tento falar. É a verdade. Não me consigo mexer mexendo a mente. A parte adormecida caiu no sono mais profundo e a outra tomou comprimidos para desligar o sistema.
Foi abaixo e reiniciar está nas mãos dos jardineiros que deviam pegar nas pás e plantar aquelas árvores à espera de um lugar ao Sol. Se eles não se levantarem o mundo irá crepitar de frio no meio de bocas de fogo vermelho intenso, onde os ossos partem, a pele queima e a garganta fica gasta, porque as palavras emigraram para o vazio.