janeiro 16, 2014

A sala de uma das irmãs tinha espelhos redondos numa das paredes. Círculos tão perfeitos de cacos coloridos vindos da África do Sul. Lá conservavam-se todas as cores, todos os sentimentos.
Quando cheguei a casa e olhei para o vazio branco do meu quarto, tinha apenas 2 fotografias ocasionais de um girassol e de um monumento português, e o retrato de Erika centrado para que não me esquecesse da sua história.
Mesmo com a voz de Armstrong a rosnar no rádio antigo não consegui abstrair-me do pensamento contido nesses espelhos, e da vontade estúpida de conhecer a tua voz.
Não me perguntes porquê, mas hoje chegava-me para adormecer.


3 comentários:

  1. São as pequenas coisas que nos induzem no estado calmante do sono... mas também são elas que o apagam e nos tornam seres acordados.
    Uma noite suave, para ti, como reflexos brandos num espelho de ouro.

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  2. Por momentos senti-me lá, senti-me tu. Absolutamente maravilhoso

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  3. Há magia no que escreves. Tal como a Bárbara disse, senti-me lá, como espetadora :)

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