maio 07, 2010

Another time, Another place


Num lugar diferente eu encontrei pedaços de ti a pairar no ar. Não, eram particulas de calor que deixavam transparecer a tua silhueta pequena, um pouco desfocada, real. É longe que se vive melhor. Cheguei à conclusão que existem pessoas ignorantes que vivem mais felizes que o resto das pessoas do mundo. Eu acho que sou um pouco como elas. Sou um bocadinho ignorante. Não consigo ler os lábios de ninguém, e não consigo ser má por Natureza. Muitas vezes ando no mundo da lua e como a minha melhor amiga diz sou ingénua muitas vezes. Eu acho que as árvores não se queixam nem as flores. Eu sei que é mau querer ajudar toda a gente e abusarem de nós como burros de carga, quando temos plena consciência dessa realidade, mas há dias que só me interessa um abraço, um café na esplanada ou um avacalho com os melhores. Existem dias que não sinto o corpo ou tenho uma dor aguda no cimo das costas. Agora apetece-me um abraço bem apertado sem palavras, sem nada. Um abraço. Aqui não existem pessoas que carregam o sol no peito. Não dizem olá a quem passa na rua, nem emprestam uma caixa de fósforos decentes.

Quando encontrei alguém que está iluminada e procura sempre o caminho certo como os girassóis ela disse-me que as coisas só deixam de existir quando deixamos de acreditar nelas. E ela tem razão. Eu acredito num lugar assim, onde eu posso dar-te um sorriso e abanar o rosto enquanto avanço em direcção ao cinema para apreciar um filme. Felizmente tenho pessoas fantásticas na minha vida. Pessoas que me fazem rir. Já reparaste que não existem pessoas suficientes no planeta que restituam a produção alimentar e a regeneração da natureza a seu tempo? Estamos a perder recursos e ninguém se preocupa em fazer um mundo melhor. Eu acho que faço um pouco, mas muito pouco. Aquele lugar bem lá no fundo só é do conhecimento de alguns e só alguns olhos o reconhecem como a sua verdadeira casa. São os olhos de quem quer ver realmente e tem um coração forte.

Os meus olhos são fracos mas ainda sonho com esse lugar e tento puxá-lo cá para fora para que os sacanas que destroem a vida da gente se apercebam que um dia não vão ter papel para limpar o cu todas as manhãs.



A realidade é esta e poder sonhar com outra bem melhor alivia-me a dor nas costas e o corpo em stand by.




E hoje apetece-me um abraço. Um abraço diferente.








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