Não soube ao certo o que esperar, mas arranjei forma de imaginar alguma coisa. Reli milhares de vezes o discurso de Amadeu do Comboio Nocturno para Lisboa, e pensei que aconteceria o mesmo comigo. Acabei por não conseguir descrever nada. Ninguém descreve nada, quando a estrada está cheia de cores e capas. Quando te sentes por segundos o motivo da atracção de uma cidade que te apaixona, e que amanhã não será a mesma. Amanhã Lisboa não será a mesma. Não nos terá lá junto a caminhar para a Alameda em silêncio porque o som dos passos falava mais alto. Amanhã Lisboa não unirá 50 mil pessoas em festa. Estudantes a ignorar talvez o futuro e abanando as capas.
Não imaginei ouvir os gritos académicos. Três anos depois não imaginei nada. Falhei no ponto em que pensei que seria tudo semelhante a nada, e depois foi tudo.
Depois Lisboa viu-nos desfilar, ainda que sofrendo sob um calor e sob um corpo cansado, em direcção às nossas vidas. Ontem fomos atrás das nossas vidas.
Carregámos connosco amigos, famílias e amores. Carregamos todas as pessoas que queríamos connosco nas nossas fitas. Não podemos pedir nada. Não devemos dizer nada. Tudo o que precisaríamos de dizer é que não bastou.
Só houve um dia para Lisboa nos ver sorrir e chorar. Só houve um dia das nossas vidas que pudemos dizer que fomos finalistas.
E agradeço a Deus por mo deixar ser.
Que escolha de palavras soberba. Muito bonito de se ler. Ser finalista é trazer o mundo ao peito, 1095 dias de amores e desamores. É crescer. E é também, como dizes, ir atrás das nossas vidas. Adorei :)
ResponderEliminarÉ um momento único que nunca irás esquecer! Texto lindo :)
ResponderEliminartexto lindo :D tenho a certeza que vai ser um dia que para sempre iras recordar, tal como recordo dos meus :)
ResponderEliminarDepois de ler o teu texto, ainda fico mais ansiosa para que chegue a minha vez :)
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