fevereiro 13, 2013

tributos pessoais

Nunca lhes tinha contado que o cheiro do pó nas mãos e a falta de embaraço lhe deliciavam, e que essa descoberta, sim, essa primeira vez em que tinha visto a máquina tinha sido fenomenal. As estrelas tinham-se alinhado, apesar do céu querer cobri-las e por detrás dessa verdade, das folhas brancas, das teclas a marcar o papel e o som de revolução havia os factos que permaneciam.
O bisavó que emigrara 20 anos na Argentina. O destino daquele escritor espanhol que lhe tinha vindo à cabeça na viagem de carro. Os anos a passar. Os séculos a mudarem, e ela ali, sem embaraço nenhum. As mãos sujas, o papel pronto, a máquina parada. O mundo no lugar certo.
Só faltava um pouco de sorte, e ao fim da noite toda a gente acreditaria.


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