janeiro 27, 2013

certo?

Ao iniciar a noite a cada domingo, fico quebrada pela quantidade de coisas que acontecem numa semana.Quem não fica? Quem não se arrasta durante esses segundos para pensar em todas as coisas que não se vão repetir e que são tão diferentes das que chegámos a imaginar ou daquelas que sem sabíamos de tal existência. Essa consciência do tempo é assustadora. Hoje é domingo, é de noite e sei que daqui a uma semana será domingo outra vez. Ouvirei vozes diferentes. Fará duas semanas que a minha avó morreu e é menos uma Francisca no mundo. E nós ficamos aqui a enraivecer pela consciência abrupta do tempo. Ficamos cheios de raiva por nos apercebermos em menos tempo do que o de agir, que a vida pode ser uma merda. E podemos viver no buraco durante dias e semanas. Os mortos nem dão pela diferença.
Hoje que é domingo só me arrependo do que não fiz. E fico feliz pela diferença distante do início da semana. Se sou mais ou menos feliz não interessa. Vou ter com a Francisca não falta tempo. Mas hoje é domingo e quero estar mais perto dessa distância e saber que sou feliz. Não morrer quando os outros morrem. Não cegar com a indiferença do mundo. Porque mesmo dentro da merda há um lugar para nós.


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