setembro 29, 2012

45.

Continuo a sonhar-te e isso é um mau sinal. É um sinal de que ainda não te eduquei para a saída de dentro de mim. Para a saída de dentro do meu coração e da minha mente. Continuo a sonhar-te porque sempre te amei mais que o resto. Sempre te amei mais que as coisas sem nome, e perdidas no tempo. Sempre te amei mais que a escrita-e ela vive dentro de mim- e sempre te levei para todo o lado. Sempre isto e sempre aquilo. Foste sempre essa conjugação de presente, passado e futuro. Como se vivesses na casa ali do lado à espera que eu precisasse de te pedir um chapéu de chuva emprestado e te falasse em modo de criança.
Sempre tudo e sempre nada. Sempre tu. Sempre tu. Sempre tu. E continuo a sonhar-te e continuo a alimentar-te, e a desistir da ideia de que já não somos nada, praticamente nada a não ser vultos na distância.

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