fevereiro 10, 2012

fronteiras e países

Nas minhas histórias o meu mar às vezes chora. Nem sempre lhe apetece ser azul tingido de verde, porque não há televisão solar. Nas minhas histórias há fronteiras que chegam a certos países e outras que nem sempre chegam a lado nenhum e nas histórias dos outros podem muito bem ter permissão para entrar. A televisão lá está ligada durante as vinte e quatro horas do sono marítimo que acontece por aqui. E depois existem linhas que se formam ao longe e que aos nossos olhos são o infinito. Mas espera. Tu não conheces o infinito até teres morado dentro dele. Dentro da barriga gigante que é o medo. Depois disso já podes falar. Já podes acordar do sono e chegar com os dedos ao botão da televisão e mudares o rumo da história. Porque não permaneces sempre o mesmo retrato nos contos dos outros. Não é só isso que tu és nas histórias dos outros. O balanço leva-te a mudares com o ritmo da maré e a pegares nas linhas com os teus dedos pequeninos e formares novos limites. A "existires" novos países, porque só se conhece a nossa verdadeira nacionalidade quando percebemos que o sabor das outras não é nada igual ao nosso que mora dentro dos nossos medos.

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