abril 29, 2011
névoa de ti
abril 27, 2011
kaleidoscope heart
abril 21, 2011
pêssegos e pérolas
Deus é o nome que as pessoas dão à razão de estarmos aqui, disse um famoso físico e cosmólogo.
Enquanto os rios correm e a terre treme milhões de vida são perdidas nas catástrofes dos dias 11. Uns rezam e outros pedem a Deus o imprevisível e quando chega a "passagem" todos se esqueçem que todos esses pedidos foram atendidos sem hesitações. Não chega mostrar um sorriso gelado e fingido. Não chega aproximarem-se os corpos e deixarem as almas em casa a descansar.
Quando Jesus voltou deixou claro que o seu destino não era deixar o homem apeado à berma da estrada. E o que todos fazemos é chorar e derramar tinta pelo chão enquanto o inevitável acontece.
Quando eu era pequenina não sabia o que era a Páscoa. Não sabia porque pintavam ovos e porque os padrinhos ofereciam amêndoas aos afilhados. Gostava e não dizia nada.
Hoje gosto ainda mais. Não gosto das amêndoas feitas de embrulho de papel e etiqueta cara. Não gosto e parte-me o coração ver crianças abandonadas ao fundo do quarto com uma multidão de brinquedos calados sem significado.
Enquanto as asas deles estão enferrujadas, o amor vai chegando em cartas a algumas casas. Faz-nos mudar de opinião e nem precisarei de dizer quem. Basta montar uma mesa com uma toalha comprida e decorá-la com amor. Amor em forma de gente e em formas de amêndoas doces. Amêndoas em forma de folar, de abraços e muito carinho espalhado pelas paredes da sala.
Um pouco de humildade e assim Deus já se torna a razão de estarmos vivos.
É só preciso reunir forças e levantarmo-nos.
Let him go Bluebird. Ready to fly here WE go :)
Uma Boa e Santa Páscoa para todos*
abril 13, 2011
pintassilgos
Passando por altos e baixos ou não a vida traz-nos sempre aquelas surpresas que nos deixam de queixo no fundo.
É a bela e maravilhosa vida humana
abril 08, 2011
flores em casa
Existem pessoas que sonham com soberbas vidas e sonhos pouco lúcidos. Outras vagueiam no tempo, quebrando paredes e solos inférteis da terra onde vivem. Enquanto a música toca, ouvidos cutículas de sentimentos a voar pelo ar e tomamos consciência de que a vida são mais que três dedos de pura consciência, de terapias mensais para quebrar o gelo das relações, terras inóspitas de pessoas perdidas. É mais que tudo isso. São grandes momentos que se tornam pequeninos à medida que somos esbofeteados pelo caminhar dos ponteiros do relógio e nos tornamos gente com real sentido. As nossas terras, as nossas vilas não são feitas de pessoas perdidas. Existe a senhora da mercearia que faz fiado aos clientes porque para ela são família. Do outro lado da rua moro eu, que nos verões tórridos da cidade me cubro com uma capa branco de renda antiga e carrego uma mochila castanha clara que transportas as tralhas de uma vida com sentido. Um caderno sujo com histórias carregadas de tinta permanente, um porta moedas de cabedal velho já gasto pelo uso, uma carteira com uma identidade desconhecida e tantas outros pertences que se juntam numa vida. Mais à frente encontro a florista que faz arranjos maravilhosos saídos de um campo com flores deslumbrantes. O senhor augusto que vende as melhores bolas de Berlim do mundo. A senhora do supermercado que tem sempre um sorriso rasgado sem desconfiar.
Sem demoras vêm de visita os restantes moradores da vila que aos domingos se enche de crianças a correr pelo parque antes de um almoço em família.
Existem vidas que têm sentido. Que partiram de um barriga desejada de uma mãe fora do comum. E quando for mãe vou colocar frascos de vidro para as especiarias na minha cozinha, vou pintar os armários com arame de galinha de branco e vou regar as plantas na janela.
Existem vidas que têm sentido e outras que simplesmente perdem o rumo porque a vida não teve tempo de lhes oferecer outra oportunidade.
abril 04, 2011
os anos 70's
onde estão os dias gloriosos onde me cobria de uma capa de renda que voava pelo campo só para te encontrar encostado a uma árvore lendo-me um poema.