março 21, 2011

Teresa


Olá Teresa,


Em dezanove anos nunca pensei vir a conhecer alguém como tu. Nunca pensei que aparecesses repentinamente sem dar aviso e com essa tua impertinência precoce que me assusta. Na verdade já nada me assusta. Deixei de ter medo dos monstros da noite e neste momento admiro-te pela tua coragem. O modo como encaras o mundo é apenas uma forma de pedires a atenção que não tens. Os beijos que tanto ansias antes de dormir, os minutos de brincadeira que não te oferecem um pouco de cada vez. Não te censuro por isso. És tão pequena e já tão crescida. E tudo o que quero neste mundo é criar um espaço nesse coração que sare das feridas e os buracos vazios que ficaram por preencher. Tudo o que quero é acompanhar-te e ajudar-te a percorrer o caminho que tens pela frente. Porque se não tivermos amor pelos nossos discípulos, não temos amor para dar a nós próprios. E tu és apenas uma virgem nesta matéria.


Boa sorte pequena.

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