outubro 30, 2010

e respirar de novo

agora que está tudo a mudar sinto a diferença das coisas em todo o lado. na violência da chuva a cair lá fora, na intensidade com que me lembro das melhores memórias da vida, no frio que incomoda os outros mas não me incomoda a mim. sinto a diferença calma e serena de como tudo muda, como uma menina de 6 anos que dança ballet e cresce na certeza que as collants serão substituídas por pernas à mostra e vestidos curtos. mas aceito-o com naturalidade. tudo tem corrido tão calmamente bem e sem forçar nada. está na altura de pensar em mim, gostar de mim e não agradar aos outros. de ficar nervosa cada vez que sei que vou esrar na tua presença e sentir-me bem ao teu lado. gosto de ter saudades tuas e de saber que existe uma história que nos engloba os dois. e para tudo há um tempo, e agora percebi verdadeiramente que as crianças são o melhor do mundos, de tudo o que nos pode acontecer. é com elas que me sinto bem. sem elas não há rasto do cheiro a lápis de cera nos meus dedos e rasto do cor-de-rosa da manda de viagem que nos aquece. Nos beijos invisíveis que te dou nos teus lábios e que quero concretizar. és bonito. o mundo é bonito e difícil, mas também existem momentos bons que me merecemos depois de tantos dias asfixiantes. existem alturas perfeitas em que somos naturais, gostamos de nós próprios. gostamos da forma natural do nosso cabelo quando ele seca ao ar livre sem a ajuda de um secador. gostamos das formas do nosso corpo e desejamos intensamente o corpo de outro. eu sinto o teu olhar em mim, gosto da tua presença alegre quando entras na sala e gosto de sentir saudade quando te vais embora. é sinal que o tempo vai passando no seu ritmo normal. é suposto ser assim. e agora é tempo de fazermos o que gostamos de verdade. está na hora de eu coser o meu botão no meu casaco e de comprar as botas que sobrevivem a tudo. está na hora de me apaixonar sem que ninguém repare e só nós os dois é que saibamos. nós é que pertencemos a história. eu e tu. e tudo o resto são recordações que um dia vamos olhar num álbum de fotografias, orgulhosamente preenchido por fotografias tiradas com amor de uma máquina descartável.


a vida são minutos, e alguns segundos já lá vão :)

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