gostava de aprender a dizer saudade em todas as línguas. comprar laranjas em Istambul. Cozinhar bacalhau para um inglês em Istambul. Conhecer o amor em Istambul. o amor sempre pode ser azul.
março 31, 2013
março 30, 2013
12h35
Berlioz é uma estante velha, livros poeirentos e uma tapeçaria oriental no cruzamento das pernas da secretária antiga e a mesa de café.
o amor afinal existe.
o amor afinal existe.
20h46
não comemos carne na sexta-feira santa. Mas hoje enquanto comia o peixe não pensei nos pecados. O que são os pecados? Uma força contrária à corrente normal? O satisfazermos os nossos desejos cingidos a uma agonia subtil dentro da consciência que mora fora do coração? Para mim não há pecados. A religião devia ser pessoal. Não que isso servisse de desculpa para podermos salvar-nos constantemente da condenação dos outros, mas para que a liberdade seja maior, para que o espírito se quebre menos vezes quando confrontado com o olhar dos outros. O simples olhar do mundo.
E hoje enquanto comia o peixe desejei os quadros na parede. Pinturas pesadas sobre o tom bordeaux da parede. Uma música plena de floreados. Uma caminhada febril até ao aparelho musical e o estender do braço em direcção a ti. Esse pecado seria enrolar os braços à volta da tua cintura e esses segredos que me contarias ao ouvido. Esse pecado seria, noutra realidade cheia de fecundidade, amar-te e possuir-te o corpo.
Nesse mundo eu seria excêntrica, e ninguém se importaria.
E hoje enquanto comia o peixe desejei os quadros na parede. Pinturas pesadas sobre o tom bordeaux da parede. Uma música plena de floreados. Uma caminhada febril até ao aparelho musical e o estender do braço em direcção a ti. Esse pecado seria enrolar os braços à volta da tua cintura e esses segredos que me contarias ao ouvido. Esse pecado seria, noutra realidade cheia de fecundidade, amar-te e possuir-te o corpo.
Nesse mundo eu seria excêntrica, e ninguém se importaria.
março 29, 2013
falando
sempre que chove há uma tendência doce dentro de mim para eu falhar. mas ao mesmo tempo para querer ver esses quadros e lavar a louça na cozinha de uma mansão
março 25, 2013
março 09, 2013
março 04, 2013
uma festa de regresso
Espalhados pela rua estão cartazes vermelhos com frases sangradas "Os jovens só têm futuro na emigração?" e eu choro por Portugal. Estou doente. Estou na cama. Estou acamada por Portugal. Ando a tomar medicamentos, antibióticos e soro para tentar, em momento algum, trazer sentido às ruas, às pessoas, e à bandeira. O que será se todos forem embora?O que será de nós se o nosso futuro não quiser continuar aqui mas lá?
Se não restar ninguém isto vai ficar ao abandono e árvores mortas já nos habitam há algum tempo.
E tudo o que quero enquanto encolho e migro por Portugal, é que desistam de ir. Que saibam que a nossa almofada é o Tejo e o cobertor o Atlântico.
Eu quero cá estar. Quero cá viver essa revolução. Quando Portugal quiser nascer, e será por nosso causa, estarei cá para aplaudir. Para chorar o nosso regresso.
março 02, 2013
hoje não é para se ouvir vento,mas sim chuva de vozes
Lisboa está a ser engolida pelas vozes da revolução. Já não se avista um pátio com flores lá fora, mas sim árvores despidas que choram, e finalmente uma praça com gente insatisfeita. Que a canção ecoe nas rádios, e Portugal nasça, nasça com dignidade de uma vez.
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