junho 09, 2010
sex and the city
No parque de estacionamento de um centro comercial qualquer, eu imaginei tudo. Tive uma visão.
As paredes de vidro transparente quebraram-se e estão a dar lugar a um sítio distante mas próximo. É como se cada pedaço desse lugar a um cenário diferente. Diferentes cores e diferentes sensações. De repente, as riscas amarelas que marcavam o sentido dos carros, dissolviam-se como se um curso de água tivesse passado e tirado toda a sua essência.
À minha direita, de onde a luz batia fortemente o ar criou os moldes de uma velha livraria onde um velho senhor se apoiava num escadote para colocar livros nas prateleiras. Tentei falar com ele, mas nenhuma resposta. Continuei. Fora como se tudo continuasse no seu natural curso. A minha presença nada alterava as atenções do rapaz apaixonado que mirava a rapariga dentro da loja que segurava uma pequena bolsa vermelha.
Continuei a andar e desta vez, estava num rua parisiense movimentada. Desta vez parecia regressar aos anos 20 e tudo parecia glamouroso e brilhante. As senhoras levavam plumas ao peito. Vestiam fatos que cintilavam com as luzes da cidade. Num pequeno beco, um rapaz nos seus 13 anos arriscava a sua segurança e admirava as senhoras pecadoras que entravam nos clubes nocturnos. Certamente iriam quebrar as regras e tornarem-se mulheres de uma época de contrastes.
O fôlego continuo e os anos 70 regressaram em força numa pequena casa de pedra francesa. Ao fundo a casa parecia só, mas ao som dos meus passos o ar que corria de fora para dentro da casa parecia dar frescura às flores que residiam nos canteiros à porta, nas pequenas recordações da caixa de música do quarto ao fundo no lado esquerdo. De uma das janelas, percebia-se um pequeno lago que fazia companhía aos grandes carvalhos e às ervas daninhas que cresciam cada vez mais a cada dia. Desta vez trazia um pequeno livro na mão e tinha um vestido branco. Recordo-me de sentir um chapéu de verga com um laço verde na minha cabeça. Na capa do livro lia-se " Anna Karenina" de Tolstoy.
Avançei ao som de uma corrida leve quase como se estivesse a ser levada pela brisa e foi nesta corrida que parei de novo no parque de estacionamento. As faixas amarelos ganhavam mais cor à medida que o carro apitou e eu entrei no lugar de trás do lado direito.
Foi uma alicinação pois 'O sexo e a cidade 2 ' acabava de entrar na minha cabeça.
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