Fui para as cores da varanda. Encarei o muro como o cais. As cores invertidas, mas a mesma tentação, e o mesmo cheiro. A mesma constelação de dúvida. Era só atravessar. Depois pensei que nunca fantasiei com a escrita. Nunca fui bucólica com a escrita. Nunca foi uma parte desintegrada da imaginação, que permenece sonho, enquanto não temos coragem de os perseguir. Nunca foi uma ilusão nem uma imagem de cabeça que se percorre. Nunca foi missão. Nunca foi tarefa.
Foi sempre um banho. Os gritos que dou em silêncio quando te vejo na noite, ao meu lado, a partilhar o nome das estrelas.
Foi um cio completo, e uma corrente de rio, de ideias, que teve sempre início. Um cardume de vontades. Terá sempre curso.
Onde vai desaguar? Depois se verá.
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