Em miúda apanhava pinhões no Mosteiro de Santa Maria do Mar. Rasgava os trilhos secos do chão do mato que se estendia com os pés pequenos, e centrava o olhar no fruto seco. Foram assim anos que passei na floresta. Talvez tenha sido lá que comecei a escrever. Enquanto inventava histórias nos gestos e olhares das outras crianças, comecei a escrever. Comecei a perceber a poesia das plantas, e das árvores. O cheiro do matagal. O Inverno que nunca atravessava os campos, enquanto estivéssemos dobrados sobre os joelhos a apanhar pinhões.
A minha escrita começou na floresta, com a bênção de deus.
E que bela maneira de começar: em comunhão com a Natureza.
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