agosto 19, 2013

do mar

Não seria suficiente o mar, e o fogo do céu. Não seria suficiente o fogo de artifício que infectava o céu de cor enquanto recuperava a respiração perdida no concerto. Não seria suficiente a "mentira" gemida pelo cantor em cima do palco, enquanto o vento rasgava por entre a multidão e me deixava feliz. Não seria suficiente uma baía com gargalhadas. Um refeição fast food com abraços. Todas com a mesma cor nos lábios. As flores no cabelo. Os tropeções nos passeios, e a multidão à volta de uma loja assaltada, enquanto procurávamos um postal de recordação. Não seria suficiente as caipirinhas com o travo acentuado da lima, e uma caminhada na calçada de mãos dadas. Não seria nada suficiente um regresso de comboio junto de italianos. Não seria suficiente a eduação que demos a meros estranhos, que gozavam com o nosso exterior. Não seria suficiente a exposição dos corpos aos carros que passavam. A rua deserta a receber o som dos nossos passos. Fotografias perto da moagem. Gargalhadas que cansam a voz. Não seria suficiente adormecermos pela madrugada no sofá e no chão, para acordar com a casa em silêncio. Não seria suficiente um almoço tardio, um fim de tarde pachorrento e uma chegada a casa com duas cartas na escrivaninha.
Não seria suficiente se não houvesse amor.


2 comentários:

  1. Senti-me a reviver os teus passos. Tens uma escrita tão doce. Tão suave.

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  2. O amor, essa coisa que existe dentro, só faz sentido quando partilhada.

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