A mulher certa beija-lhe o pescoço com vontades animais. Antes de entrar para o quarto observa o inverno resignado lá fora. As luzes apagadas. Sempre estiveram apagadas.
Os corpos encaixam-se. Toca-lhe no sexo, detectando o negro da cidade nas pupilas dele. Tem os olhos tão exaltados quanto o corpo, que não se desconcentra, apenas treme. Sabe que é ela. Ela que o excita. Não se atreve a chamar-lhe amor.
Chama-lhe antes uma doença de prazer que o infecta mais a ela no quarto de Inverno.
Ela sonha que há música, e, por isso, interrompe-o para pôr a tocar os sons do leitor de CD.
A casa é velha, tão velha. E o sexo agitado.
A mulher certa não repara que as roupas se reúnem no chão à berma da cama, mas sabe ao que os beijos dele sabem. A noz-moscada. A boca álcoolizada.
Quando ele entra nela sabe que a vida é injusta e Deus é verdadeiro. O deus que ele conhece.
Agora já só a vê de rosto apagado deitada no peito dele.
Ele pensa como é perfeito :" Esta é a mulher certa".
Está mesmo bonito!
ResponderEliminarO corpo cansado, o tal cansaço feliz.
ResponderEliminarem mim sobretudo é os pés, a alma está limpa :)
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