Estava a gostar das nossas pequenas existências aos nossos fins-de-semana. Estava a gostar do que achava que tinha, mas agora não há azul para ninguém. Decidiste andar sem mim, respirar sem mim, fazer amor sem mim. Decidiste ser-te sem mim. E não te posso tirar o veneno do cérebro. Deixaste o melhor pelo pior. Quem sabe se um dia não quererás de volta quem te dava massagens nas costas. Quem te beijava o pescoço e quem te passava a mão pelas costas porque te arrepiava e aleijava de prazer. Quem sabe um dia quererás de volta quem te encostava à parede e te dava beijos, quem brincava na rua ao teu lado e quem comia McDonalds na estação de comboio contigo. Podes vir a precisar de mim outra vez. Podes até sentir saudades. Podes vir a pedir mais sábados e vestidos azuis. Quem te fazia a cama e se deitava nela contigo. Quem te não negava amor mas to dava todo, todinho até se esgotar o dia. Quem te arrastava até casa na madrugada depois da festa. Quem ia para o trabalho com o beijo teu na testa. Quem descansava no teu colo no chão do teu quarto em pleno verão. Quem te seduzia numa tenda no paraíso. Quem te orgulhava porque eras rei. E quem é que te evaporou? Tu. Talvez sintas falta desse conforto. Desse calor na pele e da paixão nos lábios. Desse frio na barriga. Desse estado de felicidade permanente. Dessa vontade louca de te ver. De quem te esperava todas as noites e corria para ti todas as tardes. Talvez sintas falta de quem, mais que toda a físico-química, te dava amor e te ainda dá amor, apesar de já não saberes o que é bem o amor.
Talvez sim. Talvez não.
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