Hoje à noite será o princípio de uma coisa nova. Acho que acabamos todos por sentir nervoso na barriga e fechar os olhos com força durante uns segundos. Hoje apetece-me explicar-vos o que me passa na cabeça nesses cinco segundos de todos os fins de ano.
Há muita gente que se esquece de olhar para o lado e de fechar os olhos também. Às vezes nesse compasso de tempo minúsculo vemos acontecer todas as coisas nos nossos olhos. Lembro-me de corrigir erros, de pegar em espadas e lutar por terras que ninguém conhece. Lembro-me de chorar por quem já gastou as lágrimas e precisa de palavras, e lembro-me de pedir muito. Pedir vidas. Pedir rostos. Pedir mais e mais histórias. Pedir que essas vidas não se acabem, porque se acabarem eu deixo de fazer sentido.
Por isso, hoje quando esses cinco segundos chegarem lembrem-se de fechar os olhos. Lembrem-se de pedir perdão e de pedir vidas. Lembrem-se de ser bons. Sejam bons.
Obrigada :)
Feliz 2013!
dezembro 31, 2012
dezembro 29, 2012
ficaste na praia
Lembro-me de andar na praia cheia de vazio. O horizonte afirmava-se ao longe enquanto a areia nos engolia os pés.
Estávamos calados. Tudo o que conseguíamos fazer era calar as palavras porque não tínhamos nada para dizer um ao outro. Há muito tempo que tínhamos deixado as palavras para segundo plano e talvez fosse isso a matar a nossa relação.
E enquanto olhava à minha volta e nos via a andar no areal espanhol pensava no quanto tinhas deixado por dizer. Pensava em ti, que já não conseguias olhar para mim. Tinhas ficado cego há muito tempo. Durante essa ausência tinhas deixado de me amar, pelo menos a parte que achavas que ainda amavas em mim.
Toda a viagem era uma mentira, e ao invés de ser perfeita, deixou-nos aos tombos sem palavras para dizer um ao outro.
Lembrei-me tantas vezes dessa praia. Lembrei-me tantas vezes que não queria perder o que me passava pelo olhos, mas hoje foi a última vez que me lembrei, porque quando olhei em redor, era o jardim que estava perfeito. A luz que batia nas árvores e desenhava sombras nos prédios. Não era a praia vazia com palavras por dizer, era o jardim que eu tantas vezes me esquecia de olhar, e que no fundo tinha tanto por dizer.
E hoje não te vi por lá. Foste embora com as palavras.
Estávamos calados. Tudo o que conseguíamos fazer era calar as palavras porque não tínhamos nada para dizer um ao outro. Há muito tempo que tínhamos deixado as palavras para segundo plano e talvez fosse isso a matar a nossa relação.
E enquanto olhava à minha volta e nos via a andar no areal espanhol pensava no quanto tinhas deixado por dizer. Pensava em ti, que já não conseguias olhar para mim. Tinhas ficado cego há muito tempo. Durante essa ausência tinhas deixado de me amar, pelo menos a parte que achavas que ainda amavas em mim.
Toda a viagem era uma mentira, e ao invés de ser perfeita, deixou-nos aos tombos sem palavras para dizer um ao outro.
Lembrei-me tantas vezes dessa praia. Lembrei-me tantas vezes que não queria perder o que me passava pelo olhos, mas hoje foi a última vez que me lembrei, porque quando olhei em redor, era o jardim que estava perfeito. A luz que batia nas árvores e desenhava sombras nos prédios. Não era a praia vazia com palavras por dizer, era o jardim que eu tantas vezes me esquecia de olhar, e que no fundo tinha tanto por dizer.
E hoje não te vi por lá. Foste embora com as palavras.
dezembro 28, 2012
com dez metros de altura
Eu sei que somos coisas muito pequenas na vida dos outros, mas é talvez nos silêncios deles que nos tornamos mais sóbrios. É nos Invernos deles que nos nascem Primaveras no ego. Não nos apercebemos disso na maior parte do tempo, porque nos ocupamos a errar e às vezes quando mais erramos mais nos amam.
As pessoas não amam coisas grandes nem grandes personalidades. Nós gostamos de acordar no Verão porque corre uma brisa no ar. Gostamos de beber café quando está frio porque quando levamos a chávena à boca existe paz. E o amor é isso. é sermos fracos, simples e invisíveis até.
Não acredito que sejamos muito grandes na vida dos outros, na verdade somos apenas aqueles que os amam e isso torna-nos gigantes.
As pessoas não amam coisas grandes nem grandes personalidades. Nós gostamos de acordar no Verão porque corre uma brisa no ar. Gostamos de beber café quando está frio porque quando levamos a chávena à boca existe paz. E o amor é isso. é sermos fracos, simples e invisíveis até.
Não acredito que sejamos muito grandes na vida dos outros, na verdade somos apenas aqueles que os amam e isso torna-nos gigantes.
dezembro 27, 2012
as janelas da casa estão entreabertas
Às vezes não sei se doa ou não. É tão fácil sentir o peso do mundo. E para nós escritores há sempre algo que incomoda, para termos a certeza que estamos vivos dentro das palavas.
dezembro 26, 2012
boa noite
Às vezes esqueço-me de ti e, outras, as coisas arrastam-me até ti simplesmente. Parece que para não esquecer que a tua carne sobrevive. É teimosa. Quer ficar.
Às vezes esqueço-me de ti, outras, ajudam-me a lembrar.
Às vezes esqueço-me de ti, outras, ajudam-me a lembrar.
dezembro 24, 2012
Merry Merry Merry Christmas
Sempre que o fim se aproxima penso nos outros. Sim, penso em mim também mas já nem evito esta pontada aguda no coração que me estraga os planos de começar a levar as coisas a sério e parar de brincar ao reis.
Mas se essa sou eu não vou mudar. E agora que os dias do fim se aproximam de nós, não quero que tenham medo. É verdade. Vem aí medo e muitas batalhas. Vêm aí dias maus e pensamentos maus. Mas a história fez-se também de vitórias.
E agora que penso em mim e em vocês lembro-me de que a nossa vitória é encharcar-mo-nos de dores agudas no coração e sermos nós. Embebedar-mo-nos de loucura e coragem e sermos nós.
Um Feliz Natal a todos.
E poucos livros descreveriam o amor que tenho por vocês por amarem tanto a escrita como eu.
Somos todos Reis*~
Mas se essa sou eu não vou mudar. E agora que os dias do fim se aproximam de nós, não quero que tenham medo. É verdade. Vem aí medo e muitas batalhas. Vêm aí dias maus e pensamentos maus. Mas a história fez-se também de vitórias.
E agora que penso em mim e em vocês lembro-me de que a nossa vitória é encharcar-mo-nos de dores agudas no coração e sermos nós. Embebedar-mo-nos de loucura e coragem e sermos nós.
Um Feliz Natal a todos.
E poucos livros descreveriam o amor que tenho por vocês por amarem tanto a escrita como eu.
Somos todos Reis*~
dezembro 23, 2012
apetece-me filosofar
Somos todos hipócritas. Andamos todos de chinelos e dizemos que o guarda-roupa se repete de saltos altos. Colocamos batom, pomos o vestido e chutamos palavras bonitas porque nos fica bem. Cora-nos o rosto.
Somos todos hipócritas. Consumimos a vergonha e não temos coragem para a humildade. Falta-nos isso. A coragem. A bravura. A lata para sermos nós.
No fundo falta-nos isso. A pieguice de sermos verdadeiros e não nos importarmos com o que dizem nas bocas do mundo. Falta-nos. Já nos anda a faltar. E qualquer dia morremos à fome de sermos nós.E é por isso que morremos invisíveis.
Morremos antes de nascer.
Somos todos hipócritas. Consumimos a vergonha e não temos coragem para a humildade. Falta-nos isso. A coragem. A bravura. A lata para sermos nós.
No fundo falta-nos isso. A pieguice de sermos verdadeiros e não nos importarmos com o que dizem nas bocas do mundo. Falta-nos. Já nos anda a faltar. E qualquer dia morremos à fome de sermos nós.E é por isso que morremos invisíveis.
Morremos antes de nascer.
dezembro 22, 2012
isto é o Prólogo do livro que andava a pedir para nascer
Talvez se escreva sobre esse tempo. Sobre essa ilusão que andávamos a construir enquanto nos esquecíamos do presente.
Mesmo escrevendo sobre o presente, ele já é um passado, e nós sonhávamos em escrever sobre esse tempo, para nos curarmos.
Vivíamos desapaixonados da nossa realidade, porque ali já não havia luta nem loucura. Vivíamos com o medo e do medo constante de que a felicidade nos chegasse aos escombros.
Evitávamos a felicidade porque no fundo ela não existia e encarávamos a vida como uma piada de mau gosto. Chegava a ser ridículo o esforço que fazíamos para matar e acabar com os gritos e a dor.
E continuávamos a desejar incessantemente beber essas palavras e manchar todos os papéis da cidade e do país, mas no fundo o que realmente não sabíamos é que a guerra já tinha começado.
Mesmo escrevendo sobre o presente, ele já é um passado, e nós sonhávamos em escrever sobre esse tempo, para nos curarmos.
Vivíamos desapaixonados da nossa realidade, porque ali já não havia luta nem loucura. Vivíamos com o medo e do medo constante de que a felicidade nos chegasse aos escombros.
Evitávamos a felicidade porque no fundo ela não existia e encarávamos a vida como uma piada de mau gosto. Chegava a ser ridículo o esforço que fazíamos para matar e acabar com os gritos e a dor.
E continuávamos a desejar incessantemente beber essas palavras e manchar todos os papéis da cidade e do país, mas no fundo o que realmente não sabíamos é que a guerra já tinha começado.
dezembro 19, 2012
quando a mente nos traz de volta
Tenho a certeza de que o mundo é o melhor sítio onde podíamos estar.
Tenho a certeza de que tudo pode ser bonito, incluindo as árvores.
Tenho a certeza de que amo tudo cada vez mais. Porque há tanto mais lá fora, e não sabemos que o podemos amar.
Tenho essa certeza..e chega-me.
Tenho a certeza de que tudo pode ser bonito, incluindo as árvores.
Tenho a certeza de que amo tudo cada vez mais. Porque há tanto mais lá fora, e não sabemos que o podemos amar.
Tenho essa certeza..e chega-me.
dezembro 17, 2012
Vista maior
Há quem viva com muito. Há quem viva com pouco. Há quem se aguente sem um pouco de amor, e quem não viva sem ele.
Há excepções para tudo. Para o modo como vivemos. Para a forma como bebemos o café de manhã. Pela forma como os nossos lábios se contorcem e esboçam alguns sorrisos. Como andamos. Como falamos. Alto ou baixinho. Sempre gostei das excepções, daquela coisa nervosa quando nos enterramos dentro da música e com os auscultadores nos ouvidos o mundo é outro. Fazemo-nos outros.
Gosto das excepções dos peões na rua. Das senhoras que atendem ao balcão e de pessoas que vão no metro. Homens a tocar acordeão. Crianças vestidas como pequenas senhoras e que baloiçam com os casacos.
Excepções disto e daquilo. De pouco, de tudo.
Excepções.
Coisas de pelas quais eu vivo.
Há excepções para tudo. Para o modo como vivemos. Para a forma como bebemos o café de manhã. Pela forma como os nossos lábios se contorcem e esboçam alguns sorrisos. Como andamos. Como falamos. Alto ou baixinho. Sempre gostei das excepções, daquela coisa nervosa quando nos enterramos dentro da música e com os auscultadores nos ouvidos o mundo é outro. Fazemo-nos outros.
Gosto das excepções dos peões na rua. Das senhoras que atendem ao balcão e de pessoas que vão no metro. Homens a tocar acordeão. Crianças vestidas como pequenas senhoras e que baloiçam com os casacos.
Excepções disto e daquilo. De pouco, de tudo.
Excepções.
Coisas de pelas quais eu vivo.
dezembro 15, 2012
sinestesia
Às vezes cheira-me a coisas impossíveis. Cheira-me a coisas perdidas. De repente cheira-me a vilas ao Sul de Portugal. De repente cheira-me a isso, a Verão.
dezembro 14, 2012
sim, sei que mudei
Sim, sei que larguei as roupas de miúda e o medo barulhento de tudo à minha volta. A nossa casa não está nos medos mas sim na forma como decides fazer a cama, no momento onde decides dizer um não e abandonar o amor.
Eu sei que mudei. Sei que desapontei e fugi do porto seguro. Tinha que o fazer, tinha de sair de dentro dos sítios que nos traziam calor e enfrentar o frio, andar à chuva para perceber que sou de ferro.
Tinha que ser. E o que tem que ser tem muita força.
Eu sei que mudei. Sei que desapontei e fugi do porto seguro. Tinha que o fazer, tinha de sair de dentro dos sítios que nos traziam calor e enfrentar o frio, andar à chuva para perceber que sou de ferro.
Tinha que ser. E o que tem que ser tem muita força.
dezembro 12, 2012
pequeno para mim
Who knows if one day you're gonna be an honest man?
Who knows if one day you're gonna stay along the way?
Who knows if one day you're gonna stay along the way?
dezembro 11, 2012
dezembro 10, 2012
propriedades
Ainda continuo com o hábito de me espartilhar por essas existências que andam por aí. Uns dias sento-me no banco de comboio e avisto o século dezanove do lado de fora da janela, noutros a minha varanda de casa transforma-se e aparecem palacetes e desertos à minha volta e até visto saias e saltos altos. Sempre fui assim um pouco desiquilibrada, e por isso é que o amor às vezes me bate de forma tão forte. Uns dias sonho chás noutros peço álcool para brindar. Nuns dias o sol cerra-me a testa e enfraquece-me noutros ponho um batom e sinto-me mulher.
Sou assim. Mil e uma existências. Todas elas dentro de mim.
dezembro 09, 2012
não há título para isto
eu não sei se haverá por aí algum homem que deseje uma mulher mais que as outras e que não seja levado pelo cansaço. Não sei se no amor há cansaço. Já não o sei. Já não sei nada.
dezembro 07, 2012
é outra coisa qualquer
Portas fechadas e janelas abertas. E o ar corre fraco mas frio. Não chega a queimar a pele. Não chega a causar frio, do tipo que trazias quando a casa cheirava a verão. Quando me atirava da varanda no pensamento da sede de agarrar o resto de felicidade que era pouca que a que me davas chegava para os dois.
Nesse tempo quente e febril achávamos que nos amávamos e não era preciso implorar por carinho, que estavas logo ali e arrancavas de um canto do quarto para o outro preparado para deixares a imagem calma que eu te roubava do espelho e te levares para outros sítios, para nos navegares para outros mares. E dentro de ti havia umas mil tempestades por descobrir e eu sempre cega no nosso amor, preferia desvendar-te o corpo enquanto o calor dos dias embaciava os vidros da casa. Tínhamos que abrir as janelas e deixar as roupas de lado para suportar o atrevimento do Verão.
Existimos dentro de um verão desesperado e cheio de sonhos, encharcado em riscos. Atrevido. Irresistível. Traiçoeiro. Vivemos uns dois em três minutos que agora já esqueceste e que dentro de mim vivem atrapalhados, porque quando te soletram o nome não é em vão e eu fico triste. Vivemos uns dois ou três minutos e cá dentro foram umas décadas apaixonadas e cheias de sede de ti.
Agora são portas fechadas e janelas abertas. E há frio que não corta a respiração mas já não há vestígios de ti. Antes, inundavas os espaços de ti. Deixavas o teu cheiro em qualquer lado e não te esqueciam o nome. Eu lembrava-te o olhar perdido, escolhia-te a roupa, avaliava-te o penteado e provava-te o sabor dos lábios. Lembro-me desses dias que nunca chegaram a utopias porque aconteceram lá, cá e noutro sítio qualquer. Não andei a decorar os nomes das ruas, porque me distraía contigo. E agora tenho cada vez mais a certeza que não te amava. Estava completamente apaixonada por ti como tu julgaste estar por mim. Eu só amava a ideia que tinha de ti. Essa existência fingida que não chegaste a carregar nos bolsos, porque eras muito novo para saberes o que era o amor e todas as suas implicações.
Meu querido agora são portas fechadas e janelas abertas. E o teu cheiro já não passa em ar nenhum, nem nas frestas que restam nos estores durante a noite e que trazem o sol de manhã. Agora o que passa já não és tu, é o teu silêncio.
existencialismos
é preciso viver ou contar, como dizia o Sartre. E eu não sei se viva as maravilhas do mundo ou se as conte e as torne eternas.
dezembro 06, 2012
versos sós
As pessoas perguntam-me por mim e eu não estou. Porque tu não estás, porque já não existes aqui, e eu desta forma não posso existir também, ou pelo menos não o tenho feito.
E por isso, para continuar sem ti tenho que te apagar da memória e procurar uma forma de respirar sem ti, porque já não és o ar que respiro.
Vais passar a ser um passado que foi e que já não teima em ficar.
E por isso, para continuar sem ti tenho que te apagar da memória e procurar uma forma de respirar sem ti, porque já não és o ar que respiro.
Vais passar a ser um passado que foi e que já não teima em ficar.
dezembro 05, 2012
acontece
Hoje não sei onde estou. Estou algures entre um deserto perdido e uma multidão de gritos. Hoje não estou dentro de mim.
dezembro 04, 2012
dezembro 03, 2012
corre
Não, a sério. Existem oportunidades na tua vida. Vão haver fases em que vais sentir o sabor amargo da chuva e com ela a tristeza, mas depois ouves uma música, olhas para alguém, chega alguém, sentes alguém e tudo muda. Sim, esse todo muda. Ou não estaria eu fora de ti de uma vez por todas, e a seguir o caminho que já devia estar a percorrer há muito tempo.
Agora já não te sinto.
Agora já não te sinto.
dezembro 02, 2012
dezembro 01, 2012
tarefas difíceis
Eu sei que não devia estar triste por te esquecer. Era essa a minha missão. Mas tudo me lembra de ti. À minha volta tudo me lembra que te amo, e que é impossível prometer-te nunca mais pensar em ti.
Eu sei que não deveria estar triste, mas a parte de ti que existia em mim teima em reclamar-te, e em querer dizer-te que,apesar de tudo, já não te amo como antes e o quão lamento isso.
Eu sei que não deveria estar triste, mas a parte de ti que existia em mim teima em reclamar-te, e em querer dizer-te que,apesar de tudo, já não te amo como antes e o quão lamento isso.
novembro 30, 2012
voltemos ao amor
Gosto de ser generosa. Gosto de alimentar os corações. Porque nem todos nesta vida vestem a camisola e entram em campo. São muitos os que não sabem amar. Portanto, eu dou-lhes um empurrãozinho.
Voltemos ao amor.
Voltemos ao amor.
novembro 29, 2012
porque afinal
às vezes acho que nunca me vou desabituar de ti. Que nunca vamos chegar a ser a coisa comum que éramos antes de nos amarmos. Mas agora sei que já não somos raros juntos. Que remotamente, daqui a algum tempo, vamos olhar para nós como nos olham agora de fora e vamos respirar normalmente. Vamos passar um pelo outro sem abastecer o coração de ânsias, sem tremer as pernas e sem engasgar-mo-nos com o ar da tensão que existe entre nós. Lá, nesse fundo, o tempo já não vai aleijar e já vamos ser capazes de passar mais longos minutos fora da existência um do outro. Lá, vai ser tudo mais fácil, mais normal, menos obsceno e confuso.
E quando nos abraçarmos, sorrir vai ser possível sem nos querermos agarrar mais que o permitido, sem que os ponteiros do relógio nos cerrem a audição lembrando-nos que amanhã pode não haver tempo para nos vermos, e beijarmos e amarmos. Amanhã pode ser impossível, ou podemos não ser capazes. Pode-nos fugir essa possibilidade do amor. Podemos esquecer como era quando nos amávamos e querer voltar atrás para recordar. E íamos deixar. O tempo ia deixar. Mas-lá- nesse futuro, já não nos vai custar. Vamos olhar-nos com amizade e o tempo já não vai ter quebras. A tua presença já vai ser mais confortável, porque já não vais ser tu o único oxigénio nesse ar.
O teu olhar e o teu sorriso já não vão estar ao despique de outro alguém, porque aí já não vai ser uma luta. Já saíste de dentro de mim. Já não vou ter que te reclamar. Já não vou ter que te recuperar, porque a nossa amizade nunca se vai perder. Aí nunca nos vamos perder. Não me vou morrer no teu pensamento, como muitas vezes antes o tinhas feito. É por essa mesma razão, que às vezes penso que nunca te vou desamar. Que nunca te vou ter numa zona segura. Contigo era um perigo constante. Era um risco saboroso. E nesse amor, que perturbava as almas calmas, nós éramos febris e dávamos pontapés nas impossibilidades dele mesmo.
Lá, vai ser seguro. Vai ser banal. Ao contrário do sol que te batia nas janelas de casa depois da madrugada que passávamos juntos e que detestava ir-se embora.
Mas, por enquanto, andamos para a frente e para trás. Porque ainda nos precisamos. Ainda nos aleijamos um sem o outro. E ainda há perigo por aí. Mantém-te por perto. Vai-te mantendo por perto.
E quando nos abraçarmos, sorrir vai ser possível sem nos querermos agarrar mais que o permitido, sem que os ponteiros do relógio nos cerrem a audição lembrando-nos que amanhã pode não haver tempo para nos vermos, e beijarmos e amarmos. Amanhã pode ser impossível, ou podemos não ser capazes. Pode-nos fugir essa possibilidade do amor. Podemos esquecer como era quando nos amávamos e querer voltar atrás para recordar. E íamos deixar. O tempo ia deixar. Mas-lá- nesse futuro, já não nos vai custar. Vamos olhar-nos com amizade e o tempo já não vai ter quebras. A tua presença já vai ser mais confortável, porque já não vais ser tu o único oxigénio nesse ar.
O teu olhar e o teu sorriso já não vão estar ao despique de outro alguém, porque aí já não vai ser uma luta. Já saíste de dentro de mim. Já não vou ter que te reclamar. Já não vou ter que te recuperar, porque a nossa amizade nunca se vai perder. Aí nunca nos vamos perder. Não me vou morrer no teu pensamento, como muitas vezes antes o tinhas feito. É por essa mesma razão, que às vezes penso que nunca te vou desamar. Que nunca te vou ter numa zona segura. Contigo era um perigo constante. Era um risco saboroso. E nesse amor, que perturbava as almas calmas, nós éramos febris e dávamos pontapés nas impossibilidades dele mesmo.
Lá, vai ser seguro. Vai ser banal. Ao contrário do sol que te batia nas janelas de casa depois da madrugada que passávamos juntos e que detestava ir-se embora.
Mas, por enquanto, andamos para a frente e para trás. Porque ainda nos precisamos. Ainda nos aleijamos um sem o outro. E ainda há perigo por aí. Mantém-te por perto. Vai-te mantendo por perto.
novembro 28, 2012
aos passantes
é impossível fingir-se que se ama. Ninguém mente o brilho e a tempestade nos olhos, o adormecer leve dos corpos encostados, a alegria esboçada no vermelho dos lábios quentes. Ninguém mente isso. Ninguém mente o amor. Ninguém finge o amor. É à prova da mentira.
novembro 27, 2012
armações novas
É nestes dias que tenho a certeza que precisas de mim. Quando me afogo em aventuras dispersas e nem reparo que estás aí. Quando me esqueço de ti para ser eu. Quando te deixo de lado e volto à literatura, à minha escrita, à minha vida fora de ti, diferente de ti. É nesses minutos desesperados antes da tua chamada que me apercebo que existes e vais sempre precisar de mim. Não sou eu que tenho que precisar de ti. Eu não preciso de ti. Ninguém precisa de alguém que lhe tire as forças e lhe faça sentir cega dos pés à cabeça. Ninguém precisa disso. De palhaços e de fardos pesados. Ninguém quer isso na vida.
Só os loucos que vivem do amor e de poemas embriagados.
Só os loucos que vivem do amor e de poemas embriagados.
novembro 26, 2012
a coisa descomplicada
Hoje estou sólida. Estou como o vento. A explodir de razão e imaginação. Hoje estou em mim.
novembro 25, 2012
mundo segundo
Às vezes o passado volta como uma chama acesa. E deixa-mo-nos ficar. Porque afinal faltava isso. Faltava o calor do passado voltar.
start over again
Não sei o que é a morte. Acrescentando o facto de não saber o que é ter medo da morte. Não a sei. Não a provei. Não a espreitei. Mas se tivéssemos que escolher ficávamos todos do lado de cá a rebentar de orgulho e a exacerbar sorrisos.
Sei o que é ter medo de perder a vida. De faltar ao espectáculo das luzes. De perder um dia. Sei o que é sentir o mundo com amor e gratidão e por isso tenho medo de o perder. Não é errado gostar da vida, e viver em vez de existir. Viver é raro, como dizia a Eunice Munoz. Nem toda a gente vive. Nem toda a gente vê, apenas olha.
Sei gostar de andar de comboio, de proibições e de paixões. Sei gostar de literatura, aventura e amor. Sei gostar mais que desgostar.
E por muito que não saiba o que a morte é, continuo a desprezá-la e a preferir a vida. É cá que tudo acontece. É cá que tudo pode recomeçar. É cá. Cá.
Sei o que é ter medo de perder a vida. De faltar ao espectáculo das luzes. De perder um dia. Sei o que é sentir o mundo com amor e gratidão e por isso tenho medo de o perder. Não é errado gostar da vida, e viver em vez de existir. Viver é raro, como dizia a Eunice Munoz. Nem toda a gente vive. Nem toda a gente vê, apenas olha.
Sei gostar de andar de comboio, de proibições e de paixões. Sei gostar de literatura, aventura e amor. Sei gostar mais que desgostar.
E por muito que não saiba o que a morte é, continuo a desprezá-la e a preferir a vida. É cá que tudo acontece. É cá que tudo pode recomeçar. É cá. Cá.
novembro 24, 2012
o amor é outra coisa
"Quando nos dedicamos de corpo e alma a alguém que amamos, não é demais pedir-lhe que se entregue sem reservas, pois não?" MRP
novembro 23, 2012
xiuu, fala mais baixo
O que me arranha o discurso não são as palavras, mas o "ser" elas, a essência delas. E o que me atrapalha no amor és tu, meu querido, e o teu existir. Porque tal como as palavras também tu te viras do avesso.
Já pensei em desistir dos homens
Já pensei em desistir dos homens.De tanta dor que nos mói já pensei em deixar tudo para trás. Abrir mão disto tudo que já nem acredito ser amor. Porque é uma fome que não se chega a matar e um oásis que nos seca, afoga, corrói só de olhar. Já pensei desistir desta coisa que são os homens. Do que nos prometem e nos tiram. Do que nos cantam em voz alta e nos calam fazendo baixinho. Porque assim, amor, não vale a pena. Não te consigo extrair dos outros porque é lá que te demoras a pertencer. Não te consigo encaixar no sítio certo porque no fundo não tens lugar. E depois deste tempo todo, que não chega a acabar, já pensei desistir de ti, e de mim também, e de nós talvez porque já não nos conjugamos no mesmo lugar, e as conjunções deixá-mo-las para alguém de fora as usar.
O que nos une não é mais que um mero vazio que acreditamos ser verdade. E verdades destas, falando a sério, são mentiras. Já me cansei dos homens porque gosto de ti que és uma criança. É isso que não te deixa ser homem. Porque de resto és tudo o que se deseja. Já pensei em desistir dos homens porque na verdade já não vislumbro nenhum. Os meus olhos são cegos aos homens e eternos à criança de ti.
E tu, que me matas a fome de desejo, não podes ser nenhum homem. Nunca com esse ar de miúdo, embora entres pelo quarto a dentro e deixes a infância do lado de fora da tua porta.
Aí, amor, já eu vejo um Homem.
O que nos une não é mais que um mero vazio que acreditamos ser verdade. E verdades destas, falando a sério, são mentiras. Já me cansei dos homens porque gosto de ti que és uma criança. É isso que não te deixa ser homem. Porque de resto és tudo o que se deseja. Já pensei em desistir dos homens porque na verdade já não vislumbro nenhum. Os meus olhos são cegos aos homens e eternos à criança de ti.
E tu, que me matas a fome de desejo, não podes ser nenhum homem. Nunca com esse ar de miúdo, embora entres pelo quarto a dentro e deixes a infância do lado de fora da tua porta.
Aí, amor, já eu vejo um Homem.
novembro 22, 2012
novembro 21, 2012
sucesso
E hoje podíamos fugir e levar a vida connosco. Deixar na cama a frustração e parar de fingir que somos nós sem ninguém. Hoje é um bom dia para fugir. Para acreditar. E quero levar-te comigo. Quero levar o amor ao meu lado. Quero-te comigo. Tanto tanto tanto.
Hoje podemos fugir.
Hoje podemos fugir.
novembro 20, 2012
quis explicar ao mundo o que sinto por ti
"Memories of endless, sensual nights, kisses and caresses, crumpled sheets, his beautiful body, warm mouth, impish smile. So charming. So irresistible. So arduous. That's why you put up with him. Isn't it?"
novembro 19, 2012
xadrez
incomodas.
falas, mas não sentes.
atrapalhas.
seduzes, mas no fundo mentes.
incomodas.
passas.
voltas.
ficas.
mas ainda incomodas.
falas, mas não sentes.
atrapalhas.
seduzes, mas no fundo mentes.
incomodas.
passas.
voltas.
ficas.
mas ainda incomodas.
novembro 18, 2012
é verdade
Eu não gosto de ti, nem estou apaixonada por ti, nem sinto empatia por ti.
Eu amo-te. É uma coisa diferente.~
Eu amo-te. É uma coisa diferente.~
novembro 17, 2012
novembro 16, 2012
heaven is a place on earth with you
A minha esperança no amor és tu.
Tu a tornares-te um homem. A não precisares de olhar em redor, porque eu vou estar do teu lado.
A minha esperança é que tu te tornes homem enquanto eu ainda for mulher.
É a minha esperança. O teu dever.
A minha esperança no Amor serás tu.
Tu a tornares-te um homem. A não precisares de olhar em redor, porque eu vou estar do teu lado.
A minha esperança é que tu te tornes homem enquanto eu ainda for mulher.
É a minha esperança. O teu dever.
A minha esperança no Amor serás tu.
novembro 15, 2012
alibabá
Eu não perco o sono. Apenas não o tenho. E enquanto isso tu divertes-me em aventuras e fascículos de um livro de histórias com vários finais - o nosso é feliz. É isto que se chama dormir acordado.
novembro 14, 2012
caixa de bomboms
Oh miúdo... tens poemas a saírem-te dos bolsos das calças. E depois envergas essa pulseira no pulso. Chutas esses sorrisos leves e essa postura quente. Oh miúdo temos os caminhos cruzados um no outro. Fomos escritos nos livros um do outro. E depois falas baixinho ao ouvido e danças na rua todo querido. E falas como um homem.
Oh miúdo...alguma vez te vou esquecer? Ou é isto que é certo eu viver?
Oh miúdo...alguma vez te vou esquecer? Ou é isto que é certo eu viver?
novembro 13, 2012
alguns lenços de papel
Sabes que tenho saudades de te beijar? Sabes que tenho saudades de te amar? Sabes? Tenho, sim. Era um mau hábito. É um mau hábito. Mas dava-me calor. Dava-me prazer. Dava-me razões para viver. Deu-me Verões inesquecíveis. E tardes incríveis. Deu-me muito por que chorar e sentir saudade. Mas pior que tudo. Deu-me a tua presença a pouca distância, e mesmo assim não te poder tocar.
novembro 12, 2012
janelas fechadas para o frio não entrar
Hoje apercebi-me que tens sido património da minha literatura. Talvez porque os teus lábios sejam como os versos de Camões.
Mas um dia destes o sol já não me vai bater nos dedos e as tuas aventuras vão chegar a um fim.
Mas um dia destes o sol já não me vai bater nos dedos e as tuas aventuras vão chegar a um fim.
novembro 11, 2012
miúdos
Há uma coisa que te vou ensinar sobre a vida. Aprende-se a amar. Tens essa oportunidade. Mas não esperes dar o que não tens e dizer o que não sentes.
Tens tempo para ser homem. Não o finjas ser se ainda és uma criança.
Tens tempo para ser homem. Não o finjas ser se ainda és uma criança.
novembro 10, 2012
eu sei
Há quem não te conheça. Há quem não te encontre. Há quem não te ouça nem te veja uma vez e outra vez e repita as mesmas palavras que eu de que "não existes!". Não há nada que te mudem. Não há nada que te roubem. Porque mesmo sacana, mesmo com pedras no coração hás-de ter sempre os lábios mais doces desta cidade. Hás-de ter sempre o sorriso mais parecido com o paraíso e o toque de mãos mais arrepiante de todos os homens que conheço.
Não há nada que não te satisfaçam. Não há nada que te tirem. Porque hás-de ser sempre assim. Porque hás-de ter sempre esse lampejo e esse brilho nos olhos. Esse rosto irresistível que nos troca as voltas de cada vez que te aproximas no caminho.
Eu sei o que isso é. Isso de ser novo e querer ter tudo. Beijar tudo. Viver tudo. Não nos faltar nada. Não perdermos nenhum comboio. Não faltar a nenhuma festa. Não calar cada música. E não parar por nada. Sempre continuar. Sempre em frente. Sempre, sempre, sempre a paixão em primeiro lugar.
E vai haver sempre quem não te conheça. E quem não saiba, que a ti não te falta nada. Apenas uma coisa. A arte de amar.
Não há nada que não te satisfaçam. Não há nada que te tirem. Porque hás-de ser sempre assim. Porque hás-de ter sempre esse lampejo e esse brilho nos olhos. Esse rosto irresistível que nos troca as voltas de cada vez que te aproximas no caminho.
Eu sei o que isso é. Isso de ser novo e querer ter tudo. Beijar tudo. Viver tudo. Não nos faltar nada. Não perdermos nenhum comboio. Não faltar a nenhuma festa. Não calar cada música. E não parar por nada. Sempre continuar. Sempre em frente. Sempre, sempre, sempre a paixão em primeiro lugar.
E vai haver sempre quem não te conheça. E quem não saiba, que a ti não te falta nada. Apenas uma coisa. A arte de amar.
novembro 08, 2012
balões ao ar
Às vezes aprendo umas coisas. Quando estou aqui e não lá. Quando a cabeça foge de ti e decora umas coisas.
Ultimamente tem sido assim. Há mais frio cá fora e mais calor lá dentro. Agora aprendo umas coisas. Decoro umas coisas, e quando acaba a lição a vida recomeça. E chegas-me tu ao pensamento. Revelaste-te um desafio. Oh rapaz, és um desafio. E de todas as coisas de que tenho aprendido, a que aprendi mais é que o amor cresce com o tempo. Antes, éramos apenas paixão, tínhamo-nos. Agora, depois de algum tempo, já somos um do outro. Já nos sabemos de cor e já nos podemos amar melhor. Já aprendi umas coisas.
Já aprendi que és incrível e que és impressionante. Mas mais que isso eu sou inesquecível e brilhante. E os dois juntos somos um par interessante.
Oh como às vezes se aprende umas coisas.
novembro 06, 2012
cerejas em álcool
És um corpo sadio que vive num paraíso. E em todos os paraísos há luz e sombra. Mas meu amor, queremos os dois o fruto proibido.
novembro 05, 2012
I'm so vain
The first man to compare the cheeks of a young woman to a rose was obviously a poet; the first to repeat it was possibly an idiot.
novembro 04, 2012
hey baby
Quando o despertador toca, o rádio está ligado. Toca um Elvis Presley. Trocam-se uns passos. Irrita-se a chuva com uns sorrisos e umas gargalhadas caem na cama.
Somos mesmo tontos. Atrevo-me a dizer que somos mesmo loucos. Mas há uma certa razão na loucura.
Somos mesmo tontos. Atrevo-me a dizer que somos mesmo loucos. Mas há uma certa razão na loucura.
novembro 02, 2012
give it away
Os meninos mimados já não fazem parte da lista. Chega. O que é que esperavas? Que houvesse sábados às quartas e vestidos às quintas? Agora ando de pijama e pantufas. Cabelo despenteado e pés descalços quando apetece. Afinal de contas o que está mandado para o lixo não tem nota no guarda-roupa.
Bang Bang baby, you're dead.
outubro 31, 2012
outubro 30, 2012
Don't waste your time on me you're already the voice inside my head (I miss you, miss you)
Acho que fomos sempre brilhantes em todos os sítios por onde passámos. Seja nas escadas à entrada da mercearia a cantar uns Da Weasel, no banco da estação de comboio a comer um McDonald, na cama quente de verão a negociar beijos, numa falésia a olhar o mar ou no assento do carro a ouvir música e a dançar. Acho que de todas essas vezes não pensámos nos outros. Não satisfizemos os outros nem demos colo aos outros. Tratámos de nos amar como duas pessoas normais. Fizemos questão de dar carinho um ao outro e em conjunto fazer amor nas estrelas.
Durante o tempo que estivemos juntos, nenhum cometa colidiu com a terra nem nenhum desastre de avião aconteceu nos céus.
Durante o tempo em que fomos nós havia cura para tudo. Resumindo e concluindo: éramos felizes.
Durante o tempo que estivemos juntos, nenhum cometa colidiu com a terra nem nenhum desastre de avião aconteceu nos céus.
Durante o tempo em que fomos nós havia cura para tudo. Resumindo e concluindo: éramos felizes.
outubro 28, 2012
There you go again making me love you
Ainda te uso. Sim ainda te uso. Aperto as calças com o teu cinto. Beijo os pulsos com a tua pulseira. Exponho na parede o bilhete e postal do paraíso. Ainda visto roupas desse verão. Sim ainda te visto. Ainda mostro os sorrisos que mostrava e a vergonha à porta da casa de banho enquanto namorávamos de manhã com óculos de sol postos na cara.
Ainda me lembro das nossas tentações. Ainda me lembro como te vestias todos os dias, como te estendias na cama a dormir e me agarravas como um homem.
Sim ainda te uso. Ainda te levo. Ainda te vivo. Ainda te bebo. Ainda te desejo.
Mas sabes que mais? Tudo isso cansa porque de mim só te lembras dos dígitos de emergência.
Ainda me lembro das nossas tentações. Ainda me lembro como te vestias todos os dias, como te estendias na cama a dormir e me agarravas como um homem.
Sim ainda te uso. Ainda te levo. Ainda te vivo. Ainda te bebo. Ainda te desejo.
Mas sabes que mais? Tudo isso cansa porque de mim só te lembras dos dígitos de emergência.
outubro 27, 2012
56.
Vou-te contar um segredo. Foste o amor da minha vida. Eu não sabia nada de nada. Sabia as estações do ano, sabia de cor a cor dos táxis e sabia de cor como se faziam gorros para o Inverno. Mas quando chegaste abriu-se uma porta pequenina e entraste. Deste-me isso. Deste-me a vontade, deste-me a coragem e deste-me o tempo.
Agora, és um miúdo que vive sem mim. Um chavalo com mania pelas ruas e garganta seca. Agora és outra pessoa sem mim. Já não és quem me dava amor. Já não és quem me pedia para ficar. Não és e seu eu te perguntar não vais saber responder porquê. Se eu te perguntar não me vais saber dizer porque foste embora e ainda assim sentindo saudade. Eu também tenho saudades. Tenho saudades de estar com alguém. De abraçar alguém. De brincar com alguém. De amar alguém. De ser alguém. Tenho saudades de estar contigo e de ser Verão contigo. Tenho raiva do presente e saudades do passado. Tenho raiva de ti, porque és um chavalo e já não te vejo como via antes. Agora andas de maneira diferente e falas de maneira diferente. Sem desejo, sem interesse, sem alegria. Com mania.
E o pior de tudo é que ainda te desejo. Ainda te quero e ainda peço que me queiras também, porque afinal de contas foste o amor (pequenino) da minha vida.~
Agora, és um miúdo que vive sem mim. Um chavalo com mania pelas ruas e garganta seca. Agora és outra pessoa sem mim. Já não és quem me dava amor. Já não és quem me pedia para ficar. Não és e seu eu te perguntar não vais saber responder porquê. Se eu te perguntar não me vais saber dizer porque foste embora e ainda assim sentindo saudade. Eu também tenho saudades. Tenho saudades de estar com alguém. De abraçar alguém. De brincar com alguém. De amar alguém. De ser alguém. Tenho saudades de estar contigo e de ser Verão contigo. Tenho raiva do presente e saudades do passado. Tenho raiva de ti, porque és um chavalo e já não te vejo como via antes. Agora andas de maneira diferente e falas de maneira diferente. Sem desejo, sem interesse, sem alegria. Com mania.
E o pior de tudo é que ainda te desejo. Ainda te quero e ainda peço que me queiras também, porque afinal de contas foste o amor (pequenino) da minha vida.~
outubro 26, 2012
bonequinho de trapo
dás-me vontades sem eu as poder ter. Dás-me desejos mirabolantes. Dás-me passeios no escuro e com a água a molhar-nos as calças- Dás-me vontade de te bater à porta, raptar-te e levar-te para fora. Para dentro. Para onde quisermos ser sem o resto do mundo. Provocas-me.
A maior parte de nós acorda e leva a vida despercebida para a rua, mas eu, eu levo-te a ti. Arranco-te de casa ás escondidas e levo-te para os jardins da Gulbenkian, para as salas de aula, para o café, para a cama, para os sonhos.
Eu levo-te porque não suporto o facto de não estares aqui.
A maior parte de nós acorda e leva a vida despercebida para a rua, mas eu, eu levo-te a ti. Arranco-te de casa ás escondidas e levo-te para os jardins da Gulbenkian, para as salas de aula, para o café, para a cama, para os sonhos.
Eu levo-te porque não suporto o facto de não estares aqui.
outubro 25, 2012
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