O corpo não espera. Não. Por nós
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Que bem que me fazem as tuas palavras. Obrigada obrigada obrigada. Guarda para sempre esse dom
ResponderEliminaristo aqui é de arrepiar mariana! obrigada por nos trazeres sempre do melhor que há nas letras, por nos mostrares o quão bom é sonhar com as palavras e senti-las entrar pelo nosso quarto adentro. um grande beijinho e um grande obrigada!!
ResponderEliminarUau, que palavras vorazes capazes de fazer sonhar.
ResponderEliminarUm Beijo, grande :)
Isto fez-me lembrar este belíssimo poema:
ResponderEliminarNão posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o rneu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração"
António Ramos Rosa