abril 14, 2012
conversas com peixes
Eu sou peixes. Sou estranha dentro de mim e vivo demais dentro dos outros. Faço tudo com a tablete inteira do amor ingerida no corpo e não vejo fantasmas no escuro. Os meus fantasmas são outros.
Porque nunca vi a morte crescer-me por dentro, construo casas para estranhos onde a malvada não bate à porta.
Aqui neste sítio inseguro navegam vários navios sem rumo e outros que encontram a felicidade em águas furtivas, de algum pescador, de uma ilha perdida ou de uma sereia sem nome.
A minha terra é incógnita e eu visto a roupa que ninguém vê. A minha casa não tem cortinas porque nunca me preocupei em esconder a verdade do meu coração desajeitado, mas quando quero chorar fecho a porta de casa para os vizinhos não ouvirem. Há conforto nessa solidão estúpida que todos apreciamos de vez em quando.
E eu cozinho para o mundo e ponho a mesa para quem quiser entrar.
Todas as palavras que escrevo são do universo, porque acredito que o meu amor não se esconde nas palavras que desenham o meu rosto que às vezes se esquece do novo.
São esses mundos que me impedem de cair. São esses universos opostos que me mantêm acordada na existência incrível dos outros.
Porque como vos disse, eu sou peixes e é na água que está a minha casa.
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E fazes tu muito bem em manteres-te acordada, ora essa!
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