janeiro 19, 2012
Um candeeiro pendurado no tecto
Sabes que já esgotaste a solidão em ti quando a casa está cheia. Quando o ruído já não incomoda porque é feito de silêncios juntos. Quantas vezes memorizaste o vazio e trouxeste para casa a brincadeira do tempo. Julgavas brincar porque eras inocente, e quando se existe dentro da cegueira tem-se a brincadeira do destino nas mãos.
Sabes que as portas já não batem quando passam a estar abertas pela noite dentro. Quantas vezes te fizeste escravo da prisão porque alguém te tapou os ouvidos. E a vida que escorre para lá dos vidros não é como a chuva que abençoa o chão. A vida que vês a curta distância é a tua. A vida que navega à espera da tua decisão e que não se esgota na impaciência. A vida possui mil vidas e cada uma tem mais filhos. E a vida que escolheres encontra essa manta de outras vidas que te aquece os ombros até que a solidão perece. Não és ninguém sem alguém, e agora que as janelas estão abertas não faz mal dar o salto. A vedação é transparente e há braços para te suportarem a dor. Afinal, dentro dessa vida do jardim que a janela observa existe muitas delas que servem de berço à tua felicidade. A esperança de encontrar no parapeito da janela de braços abertos pronta para beber a imensidão.
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