Corri desenfreadamente para a multidão de chuva que estava à minha frente. Deixei para traz a confusão dos transportes e dirigi-me a casa. Não sei porque tal, mas senti vagar. Chorei porque o vento cortante e a ondulação da chuva, insistindo em magoar-me a cara, quebravam o espírito.
Não preciso da falta de amor, para definhar. É o tempo, esse elemento tão hipócrita que odeio. Não odeio o cheiro da humidade, mas sim o dos teus olhos. Minto, a cor de prado sem fim que eles emitem.
Odeio o gesto fácil que é segurares-me na cintura para me sentir mais firme. A certeza, a que odeio, é de invejar o mundo, que te alberga mais que eu.
Só te tenho por umas horas, e odeio.
Quando regressares, estará escuro.
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