março 13, 2014

Roubei uma laranja e vim ler Hannah Arendt


Com a consequência do tempo estar agradável envolvi-me de novo na selva paradisíaca da Fundação de Calouste. Os jardins mantinham a pose exuberante de uma natureza que em tudo não é selvagem. Estes não eram jardins malauianos ou amazónicos, mas sim um recanto que sofria todos os dias manutenção, mas eu reconhecia-o como um milagre no meio da civilização.
A questão da paisagem que se tinha discutido voltava agora com força. Esta era uma localidade que falava mais alto que o homem, embora muda. Os animais e as plantas, e a presença humana que variavelmente invadia o espaço, contribuíam para a criação de uma paisagem cultural. Aqui não havia discriminação de idade e forma. As árvores aceitavam o meu dorso para eu descansar. Fechar os olhos e dormir a sesta. Quem não sentiria essa sensação de poder e liberdade, se lhe fosse entregue esse privilégio?
Paul Theroux continua sempre a ter razão. A viagem e a caminhada sem pressa constituem um dos melhores elementos da vida humana. Dizendo isto é admitir que o homem será sempre um procurador, em busca de qualquer coisa, que nem precisa de ter nome.

Essa pode ser uma palavra, um estímulo ou uma sensação. Para quê nomear se podemos sentir?

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