outubro 17, 2013

Para a ursa, mais propriamente PÓLO NORTE

Antes pensava que esta coisa de vir aos blogges não dava com coisa nenhuma. Talvez tivesse uns dezoito anos quando me apercebi que o mundo da Internet se tornara mais sério do que eu julgara, ou todos julgáramos. Já não estávamos no tempo dos grandes jornais, que eu tanto defendia. Os saraus literários à moda do Ega e a pouca trivialidade do mundo epistolar.
Esses eram os meus sentimentos creditados, os mesmos de agora, apesar de um pouco limados.
No dia em que fui dar de caras com o blogue da Pólo Norte, aprendi o que muitos livros não me ensinaram no tempo da Universidade.
Agora, na margem aflitiva dos romances, dos grandes empreendimentos literários eu tinha aprendido a ser mais genuína e a fazer uso da minha capacidade humana de dar, a qual eu tinha usado em demasia e em detrimento de mim própria.
Não me passara pela cabeça achar a ursa tresloucada e desvairada.
Quando comecei a ler os seus relatos, era uma miúda, tal como eu me achava uma miúda. E depois a ursa foi mãe, e eu dei uns trambulhões na vida.
Já não chegava a casa sem a vontade inóspita de ir respirar o ar do "Quadripolaridades". Havia aí muita matéria para aprender.
Talvez a ursa não saiba, mas ela podia escrever um livro. Não desses cheios da sujidade das palavras e sem devaneio sincero.
A ursa podia escrever um livro. O livro que falasse exaltadamente dos olhos da Ana e do sorriso do marido que pernoitava nos olhos dela todos os dias.
A ursa, então nessa tarefa tão difícil que é a escrita, podia dar-se ao mesmo trabalho que os grandes escritores que eu admirava tiveram.
Nessa tentativa chegaria às livrarias e eu respiraria o mesmo ar quando entrasse na sala impregnada do perfume dos livros velhos, e seria feliz.
Talvez fosse diferente, uma realidade diferente.
A ursa poderia ser muitas coisas fora da sua compreensão fenomenal pelo mundo, e pela forma como olha o sol. A generosidade que não vem, senão apenas por impulso brusco do coração. Essa carga tão tangível quão as palavras dos livros que eu amava.
Mas não seria a mesma coisa.
Nada seria a mesma coisa, se a Ursa não fosse a Ursa e se eu não a imaginasse como ombro, ombro quente no Inverno da vida...blogueira!


2 comentários: