outubro 31, 2011
pela janela estranha do comboio eu vi
É instinto. É instinto mergulhar na água fria, queimar as mãos no fogo e travar o ar nos pulmões.
Eu ouvi dizer que o instinto é cego, carnal e natural. O instinto devora-nos o raciocínio como a pastilha elástica que não deixa de esticar.
O meu instinto por ti é o amor. Eu amo-te porque os teus pensamentos me devoram a mente, o cheiro da tua pele inebria e o toque rasga-me a razão. É assim que o definimos. Sem definição. A ti chega-me as palavras que não existem, chega-me o saber da tua presença e quando vais embora Deus foge-me das mãos e passo a amar-te ainda mais. Amo-te nos desencontros, nos olhares que fogem e escapam aos outros que não entendem esta química que existe em nós.
Mas não há cor, existem muitas cores, as cores que instinto conhece. E queres saber o que faço quando o instinto tende a desaparecer?
Olho para ti. É o suficiente para saber que continuas de olhos postos em mim. A tua guarda é a minha existência.
O sentir é mais que o saber meu amor.
outubro 23, 2011
outubro 14, 2011
outubro 13, 2011
baby i'm a fool
O amor pode ser baseado em insanidades. O amor é baseado em loucura. Só depois de acabar é que descemos à terra e percebemos que a loucura nos fez bem e o quanto gostaríamos de ter permanecido dentro dela por mais instantes.
outubro 09, 2011
Para a flor de Lótus
Nunca estive numa estrada sozinha. Nunca me encontrei distante de ti de pés descalços como me julguei muitas vezes.
Eu via sempre a veracidade das coisas, do teu sorriso e da tua bondade penetrada na tua severidade com o mundo. Nunca deixaste de deixar os pontos finais e de calcular as distâncias à tua volta. É o teu cortejo diário. É a tua forma de ser.
Estás grande. Deste passos muito grandes e moldaste-te às coisas com ainda mais naturalidade do que julgava teres. És selvagem mas vejo-te como uma flor que brota no inverno, isso é esperança. E gosto muito do que és. Gosto do que nunca deixaste de ser, mesmo quando as palavras já não existem entre nós.
Não deixei de te consumir. Continuo a amar. Sim continuo a amar-te e vejo p mar tão bravo como tu.
Há coisas que não nos alcançam como antes e há novas coisas que brotaram em nós novos sentimentos.
Gosto muito de ti e espero que continues a provocar a vida, a abraçar o vento e a beijar o infortunio. Sê livre nas tuas escolhas Joana.
Um beijinho grande e um Feliz Aniversário,
Mary
outubro 05, 2011
A língua foge?
Será que a língua expira? Será que ela se retrai?
A língua tem boca. Não engole, mastiga. Participa nos sentidos humanos e estes dão sentido à humanidade. Será que andamos sem caminhar? Ou será que a dor é suportável sem a ser?
outubro 01, 2011
aos passos lentos
Foi dentro de passos lentos que nos conhecemos. Respirámos o ar partilhado da juventude e tocámos na pele quente, na pele virgem de quem tem poucos anos. Não fomos heróis. Não fomos heroínas. Não fomos nada disso que nos fazem pensar. Fomos quem pudemos ser. Fomos quem nos deixámos ser durante os anos. E a terra esfolou-nos os pés e arranhou-nos os braços mas continuámos na teima de crescer juntas. Não é fácil. Ninguém diz que é fácil mas ninguém diz também que é difícil. Ninguém escreve nem dirige que nos consome por dentro estas amizades.
Ninguém nos avisa, porque os avisos não são necessários. Cairemos de novo e existem sempre dias que nos corroem a alma e nos partem os ossos.
É assim que vejo o amor. Amamos os amigos e eu sempre te amei a ti. Aprendi a ver-te diferente porque eu gostava da diferença e queria acreditar na diferença. Hoje vejo a diferença de uma forma diferente mas continuo a amá-la.
Já disse isto uma vez. Não fomos heroínas. Conquistámos o que tivémos a conquistar e sorrimos as vezes que quiseram que ríssemos. Fomos ingnorantes e crescemos. Agora somos adultas mas continuamos a gostar da ignorância. É verdade a ignorância traz felicidade.
Traz aconchego de alma durante as noites frias que nos gelam o amor que temos a ceder pelos outros. Sim. sim. Eu chorei, eu tomei partido de tudo o que me rodeava e chorei quando perdi muito do que nos unia.
Mas é na separação que nos elevamos e foi no sofrimento que nos conhecemos melhor. Foi na tragédias, foi na angústia que nos pintámos de cores verdadeiras e agora já te vejo sem véus que me tapam a vista.
Eu cresci. Guardo grande parte de mim dentro do músculo e tornei-me menos abrangente, menos diferente, menos inocente. Mas continua a aliar-me ao amor incondicional, continuo a dar-me bem com as relações e continuo a gostar do que vejo em ti. Continuo a admirar a dedicação insubstituivel e audível que se faz ouvir dentro dos teus passos.
És uma grande mulher. Cresceste na diferença e levaste muita porrada da vida. E agora és uma grande mulher que não se esconde perante os desafios. Pontapeias os obstáculos e fazes crescer flores onde elas não têm espaço para crescer.
Trazes cor a muitos momentos e tens noção da realidade. Da mesma realidade que eu tenho. Temos a mesma realidade, mas espaçada. Uma realidade partilhada.
E sei que mesmo que o céu já tenha chorado por nós, há luz. Há muita luz por aí fora. Há muita esperança.
Há muito amor :)
Um grande beijinho,
Mariana
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