setembro 30, 2012
46.
Há pessoas que não mudam. Que permanecem iguais no vulto do escuro. Que exibem o mesmo sorriso. O mesmo rosto descansado. A postura descontraída. A paixão nos lábios. E que continuam inevitavelmente a puxar-nos para elas. Para as amarmos. Porque a noite sempre é melhor com um carinho de alguém. Com um beijo no topo da nuca.~
setembro 29, 2012
45.
Continuo a sonhar-te e isso é um mau sinal. É um sinal de que ainda não te eduquei para a saída de dentro de mim. Para a saída de dentro do meu coração e da minha mente. Continuo a sonhar-te porque sempre te amei mais que o resto. Sempre te amei mais que as coisas sem nome, e perdidas no tempo. Sempre te amei mais que a escrita-e ela vive dentro de mim- e sempre te levei para todo o lado. Sempre isto e sempre aquilo. Foste sempre essa conjugação de presente, passado e futuro. Como se vivesses na casa ali do lado à espera que eu precisasse de te pedir um chapéu de chuva emprestado e te falasse em modo de criança.
Sempre tudo e sempre nada. Sempre tu. Sempre tu. Sempre tu. E continuo a sonhar-te e continuo a alimentar-te, e a desistir da ideia de que já não somos nada, praticamente nada a não ser vultos na distância.
Sempre tudo e sempre nada. Sempre tu. Sempre tu. Sempre tu. E continuo a sonhar-te e continuo a alimentar-te, e a desistir da ideia de que já não somos nada, praticamente nada a não ser vultos na distância.
setembro 28, 2012
44.
Tenho a sensação de que há pessoas que inventam histórias, outras escrevem sobre elas e depois há aquelas raras excepções que são as próprias histórias de si mesmas. Que apenas pessoas como eu, que escrevem sobre os outros, se apercebem de tudo ao pormenor. Aqui é que há magia. Na descoberta, e na visão do que os outros são. Nesse fogo de artifício que vive dentro do coração dos outros. Dessas existências que nasceram para serem narradas e que acabam de uma maneira ou de outra por ir parar às páginas de um livro.~
setembro 27, 2012
sabonetes de lavanda
Antes e depois de conhecer o A passava muitas
vezes o meu tempo a ver-nos do outro canto da vista aconchegados naquele canto
de cama a sussurrar palavras ao ouvido um do outro. Era assim que melhor nos
conhecíamos, nos silêncios um do outro, nas solidões e naqueles beijos rápidos
que dávamos quando nos despedíamos. Mas eram as horas mais lentas que pareciam
chuva de inverno, que eu mais gostava. Nesses tempos vivos onde éramos
camaleões olhávamos um para o outro e sorríamos porque sabíamos que era aquilo
que nos fazia feliz. Vais ler isto e chamar-me louca, mas eu perco-me nestes
pensamentos todos os dias, porque quem percorreu uma estrada assim não esquece
facilmente o bem que lhe fizeram, mais que o mal Raquel.
Mais que o resto eu prezo a parte doce da nossa
relação e quando tremo é porque sinto falta do abraço dele. Sinto falta de um
tal calor que ele me oferecia durante a tarde e durante o abraço que demorava
horas e onde eu me encolhia e jurava nunca acabar. E depois era o cheiro
daquela divisão e a fragrância que vinha da janela, como se estivéssemos em
frente a um jardim cor de nata e lilás e o sol sorrisse para nós numa aldeia
perdida no sul de França.
A isso chamamos de fenómenos. Momentos cruciais que
nos aparecem no pensamento quando vemos alguma coisa, quando cheiramos alguma
coisa ou ouvimos alguma coisa. O António era essa visão de Outono triste, mas
que caminhava forte na minha direcção. Falo-te dele hoje porque hoje ele está
em todo o lado e não desaparece e sei que hoje o teu coração está cheio de amor
e receio por outra pessoa.
O António era esse frasco de compota que se abria
no inverno seguinte depois de macerar e ao cheirar o recipiente chorávamos de
contentamento porque afinal era verão naquela gelatina que ia parar ao pão.
Olho para ti querida e lembro-me da tua
transformação naquela praia perdida. Dos teus dedos furiosos na areia e na
repetição negra das palavras como se a tempestade já começasse em ti e tu te
desses conta dos relâmpagos em casa antes de todos nós à espera da água que nos
molhou a roupa.
Olho para ti, fora de mim, porque esse exercício é
mais difícil e sei que o vês da mesma forma que eu via o António antes de o ter
como meu. Sim. Tens essa crença desproporcional de que não há sol no outro lado
da cerca, mas é nos olhos dele que te encontras ao fim do dia.
É na sombra do corpo dele que descansas o
pensamento e é no rosto dele que adormeces para não dizer que o sonhas com luas
cheias em dias outonais.
Mas há parte boa nisso. Em todas as visões há uma
esperança. Uma queda, mas um levantamento também. E se caíres, eu estico-te o
meu braço e sento-te à mesa. Há bolinhos de canela, chá de frutos silvestres e
sabonete de lavanda à espera na banheira para tomares um banho de imersão.
setembro 24, 2012
o amor não é uma coisa, é um verbo.
eu sou estranha e gosto de beber café na Padaria Portuguesa quando a chuva não me quer fora. eu sou estranha e leio "O aroma das especiarias" na mesa do canto enquanto engulo um pão de Deus guloso. Eu sou estranha, mas aqui toda a gente me conhece.~
setembro 17, 2012
setembro 16, 2012
setembro 14, 2012
A morte e as palavras
Eu escrevo esta carta para todos os
escritores que Portugal conheça e carregue debaixo do chão e por baixo das
águas que banham a cabeça da Europa.
Escrevo para que se perceba que a
escrita não é um bolo e um chá em cima de uma mesa de café, nem uma taça de
cerejas numa tarde de verão. A escrita é voraz, dói, magoa e arranha-nos as
paredes do cérebro de cada vez que pensamos que a lógica das palavras
finalmente acordou numa frase até chegar ao ponto final.
Mas a verdade é, que a escrita é velha. coxeia
e adormece-nos mais que nos mantém vivos, mas precisamos dela. Não andamos por
aí a escrever porque “isso” existe e porque a deixaram à porta, essa tarefa de crianças.
Fazemos isso porque necessitamos de algo que nos cure de nós mesmos e nos livre
do inferno da realidade, devagar ou aos bocados. Somos nós a lentidão e a
repartição das palavras, no entanto, a verdade é que fingimos de conta que essa
não é a realidade que gostaríamos de carregar aos ombros uma vez por outra.
Sim, porque das outras dói-nos os ossos da
escrita e ficamos fartos desse silêncio que enche a casa. Saímos para a rua e
procuramos conforto noutro espaço, sim esses espaços que o vazio oferece ou que
as ruas que conhecemos desde que nascemos nos estendem quando o sol decide
aparecer cedo. Sim, escrevemos em casa.
Vivemos durante tantas épocas dentro
dessa escuridão, que só desejamos um pouco de sol, um certo quente nas costas e
um nervoso na barriga do saber que nunca acaba. É isso que dói, o saber que
quando começa não cansa, mas prende e o prender cansa e rouba-nos do resto do
mundo. Escrevo para que saibam que é duro e muita gente pode nunca chegar a
saber que é duro, porque se servem de chá e bolos todos os dias às 17h numa
sala com papel de parede comido.
Quando chegarmos a essa consciência
nobre vamos poder deixar de nos magoarmos com a ausência dos outros. Há sempre
espaço para as palavras, não para as pessoas. Porque as palavras matam as
pessoas, por isso é que no silêncio da noite nos vermos verdadeiramente ao
espelho, quando as cartas estão espalhadas no chão e entra ar fresco pela
janela do quarto.
Nesse instante ouvimos o calor do mundo
e vemos do outro lado da cama a possibilidade de muitas coisas que nos mói,
porque nas histórias existem muitas coisas que nunca tiveram existência.
Saber isso é desejar a morte cedo. É ter
cancro na imaginação e colocar um penso na testa para fingir que desinfectamos
a ferida da escrita.
Ninguém se cura, ninguém é feliz só
disso, mas damo-nos ao luxo de nos magoarmos constantemente, e dor é sinal de
vida e queremos viver tanto quanto nos seja possível para encontrarmos as
respostas que nunca ninguém nos vai dar.
As respostas estão noutro sítio, noutro fundo,
noutro chão. No chão frio e duro no qual nos deitamos todas as noites.
Escrevemos para isso não é? Para
largarmos os demónios que vivem de nós e dentro de nós. Escrevemos assim não é?
Às escondidas com medo que a verdade seja conhecida, levada a quem realmente
lhe pertence.
Escrevemos para ficarmos bem, para
estarmos bem e para nos sentirmos bem. A morte é tanta que nos traz os sentidos
de volta, mas no dia em que isso acontecer vamos estar condenados à boca
fechada e ao corpo preso.
Eu escrevo porque me cura, porque me
arranca do chão e porque me mantém à superfície no afogamento da vida.
Sim, escrevo. Doo. Magoo. Curo-me.
Mato-me.
Afinal estamos todos já a morrer há
muito tempo.
setembro 12, 2012
ge to the light
- Há noites que custam mais que outras. Numas não penso em ti, porque me ocupam na vida dos outros, mas depois quando a Lua se deita mesmo tarde tu apareces-me na mensagem de desconhecidos que vão no comboio. Na forma de dois namorados se abraçarem e beijarem. E sorrirem. E estarem juntos. E serem um em vez de dois. São essas noites que me magoam mais. Estas.
setembro 09, 2012
41.
Não há nada que não me faça voltar a ti. Agora toda a imagem que me vem de ti é como uma brisa de verão que arrasta uns fios de sol e que deixa o inverno à porta. Pensei que fosse negar a lentidão dos dias e a solidão das horas, mas já não é preciso isso. Já não é preciso essa tristeza e essa monotonia das noites que me tiram de ti. Agora é um sorriso leve e uma esperança que não perece.
Porque nunca me fizeste mal. Porque te devo muitas das coisas que eu desafiei e muitas das forças que eu agarrei para conseguir ser quem sou.
Devo-o a ti e a mais ninguém. Foi isso que o teu amor me deu.
E eu quero viver descansada com isso :')
Guardo-te grande no meu coração António,
amo-te
Porque nunca me fizeste mal. Porque te devo muitas das coisas que eu desafiei e muitas das forças que eu agarrei para conseguir ser quem sou.
Devo-o a ti e a mais ninguém. Foi isso que o teu amor me deu.
E eu quero viver descansada com isso :')
Guardo-te grande no meu coração António,
amo-te
setembro 08, 2012
setembro 06, 2012
a peste
O amor às vezes é uma peste, mas é a causa que mais apaixona seres humanos. É a causa que angaria mais dinheiro e a que deixa mais gente na falência.
Um dia podemos ter a conta bancária do coração recheada e quando damos por nós, o recibo amoroso acusa o zero.
Nunca deixei de perceber isso, apenas me fugia ao lado porque quando eu estava contigo havia muitas coisas que me passavam ao lado. Não era eu que as escolhia não ver, mas sim o vento do esquecimento que as levava. Nessa altura, nesses tempos não havia mais nada que nos ocupasse o pensamento. Éramos nós que nos enchíamos um ao outro e quem olhasse para nós achava que éramos loucos, porque andávamos de barriga cheia de amor e vivíamos bem com isso. Vivíamos bem com a nossa graça, com a nossa falta de graça e com o nosso riso que conquistava cidades.
Ainda te lembras de quando ainda haviam cidades para explorar? Pois, sim, tinhas razão, o mundo era nosso porque o queríamos desesperadamente e porque queríamos engolir a felicidade e erguer o nariz, porque tínhamos confiança.
Sim, eu nunca deixei de perceber isso. Mas agora há algo que me obriga a voltar atrás e a rever a ementa dos nossos sonhos. Se éramos tão felizes e tão loucos, quem é que nos roubou a insanidade do amor?
Agora, há algo que já não atinge a tranquilidade porque já não acordo com o teu cheiro na almofada e o teu rosto virado para o sol.
Eu guardava esse segredo do nosso desequilíbrio. Guardava o segredo dos nossos dias e das nossas noites, e ainda o guardo, porque nunca te vou guardar na gaveta. Nunca te vou guardar com a chave, porque nunca foste nem nunca serás um assunto arrumado.
Se antes não me saías da pele, agora vivo debaixo da tua. Vivo debaixo do teu olhar desatento. Vivo até te curares de ti mesmo e da tua falta de loucura. Da tua falta de entusiasmo e da tua falta de arriscar,
Sabes onde me encontrar. Sim. Naquele lugar. Onde nunca deveríamos ter saído.
É o que dá amar-te.~
Um dia podemos ter a conta bancária do coração recheada e quando damos por nós, o recibo amoroso acusa o zero.
Nunca deixei de perceber isso, apenas me fugia ao lado porque quando eu estava contigo havia muitas coisas que me passavam ao lado. Não era eu que as escolhia não ver, mas sim o vento do esquecimento que as levava. Nessa altura, nesses tempos não havia mais nada que nos ocupasse o pensamento. Éramos nós que nos enchíamos um ao outro e quem olhasse para nós achava que éramos loucos, porque andávamos de barriga cheia de amor e vivíamos bem com isso. Vivíamos bem com a nossa graça, com a nossa falta de graça e com o nosso riso que conquistava cidades.
Ainda te lembras de quando ainda haviam cidades para explorar? Pois, sim, tinhas razão, o mundo era nosso porque o queríamos desesperadamente e porque queríamos engolir a felicidade e erguer o nariz, porque tínhamos confiança.
Sim, eu nunca deixei de perceber isso. Mas agora há algo que me obriga a voltar atrás e a rever a ementa dos nossos sonhos. Se éramos tão felizes e tão loucos, quem é que nos roubou a insanidade do amor?
Agora, há algo que já não atinge a tranquilidade porque já não acordo com o teu cheiro na almofada e o teu rosto virado para o sol.
Eu guardava esse segredo do nosso desequilíbrio. Guardava o segredo dos nossos dias e das nossas noites, e ainda o guardo, porque nunca te vou guardar na gaveta. Nunca te vou guardar com a chave, porque nunca foste nem nunca serás um assunto arrumado.
Se antes não me saías da pele, agora vivo debaixo da tua. Vivo debaixo do teu olhar desatento. Vivo até te curares de ti mesmo e da tua falta de loucura. Da tua falta de entusiasmo e da tua falta de arriscar,
Sabes onde me encontrar. Sim. Naquele lugar. Onde nunca deveríamos ter saído.
É o que dá amar-te.~
setembro 05, 2012
a tecla do dó
Há um salto grande que se faz na vida. Um pulo de fé que nos arranca do sofá e nos viaja por inteiros. Não foram apenas o reis que sonharam nem os cavalos selvagens do antigamente. Não foram apenas as raínhas que sonharam por nós e pelos nossos países tramados, somos nós, que governamos as mil almas que nos navegam durante uma vida inteira ou por vidas repartidas.
Há uma queda brutal que nos arranca da incerteza e nos repete no coração dos outros. No olhar dos outros.
Há esse realizar que não é nosso mas nos pertence. Há esse som pequeno que vem de dentro que é o coração a gritar para sair para fora e viajar.Há essa conquista que é nossa e não é de mais ninguém, porque ninguém anda por nós. Ninguém respira por nós. Ninguém sonha por nós. Ninguém se levanta da cama por nós, porque o nosso chão é frio e o dos outros aquece sob a pena suave dos outros.
O nosso que é frio, é fráfil, parte, mas é nosso e ninguém se parte por nós. Ninguém sofre por nós, porque quem está no salto somos nós. Ninguém nos espera no salto senão nós, donos da nossa aparência e da nossa ilusão chata que é existir dentro do amor.
Mas quando o salto chega, quando a mão chega somos nós que sorrimos para o vazio sem saber o que nos espera do outro lado. Somos nós que nos curamos de nós.
Porque no fundo, a cura está nesse acreditar, de que quando mais ninguém sobrar, restamos nós, os reis e as raínhas de nós. Do nós.
a comichão do cérebro
tenho o coração apertado. Muito apertado. Fazes-me assim. Sim. Fazes-me. Porque antes, nesse tempo que não foi há muito tempo, nós mergulhávamos e nadávamos dentro de uma espuma de emersão que nos relaxava o coração. Éramos crianças e não sabíamos o que era o amor.
Nunca ninguém chega a saber muito bem, mas eu como sou pequenina vejo coisas para lá da espuma, e agora enquanto sofro e encolho por ti posso dizer muitas coisas no silêncio que sei que a Lua não as leva até ti.
E portanto fora da espuma, eu consegui perceber que as coisas são diferentes do que pensávamos ser quando éramos crianças. E portanto, haviam muitos "ses" que nos aleijavam o coração e faziam doer o corpo porque não queríamos pensar no futuro e não queríamos pensar no ontem e só víamos o presente com uma tabuleta sorridente à nossa frente. Dantes-no antes- tínhamos medo dessa possibilidade porque nos amávamos sem haver amanhã e víamos televisão juntos com as duas mãos a segurar o comando.
Agora que a tua mão fugiu para fora, eu continuo a carregar nos botões e já não é esse medo que me engole daqui para fora.
Isto a Lua já pode levar até ti. Esta dor pequenina, porque no fundo sou pequenina, de tudo aquilo que me roubaste quando me prometeste dar para sempre. Isto a Lua já te pode entregar por correio azul. Esta mágoa azul de tristeza que me deixa nódoas na roupa e no coração. Esta coisa pequenina que me tiraste, mas que a mim me enchia o coração porque sou pequenina e preciso de pouco para ser feliz.
Isto a Lua já te pode deixar à porta de casa. Este amor que já não é teu, porque o quiseste mandar fora.
E mandar fora algo que não está fora do prazo é perder amor e perder paixão. É destruir antes de ler.
E não se destrói quem se ama.
És tu que me dás comichão no cérebro. Só tu.
Nunca ninguém chega a saber muito bem, mas eu como sou pequenina vejo coisas para lá da espuma, e agora enquanto sofro e encolho por ti posso dizer muitas coisas no silêncio que sei que a Lua não as leva até ti.
E portanto fora da espuma, eu consegui perceber que as coisas são diferentes do que pensávamos ser quando éramos crianças. E portanto, haviam muitos "ses" que nos aleijavam o coração e faziam doer o corpo porque não queríamos pensar no futuro e não queríamos pensar no ontem e só víamos o presente com uma tabuleta sorridente à nossa frente. Dantes-no antes- tínhamos medo dessa possibilidade porque nos amávamos sem haver amanhã e víamos televisão juntos com as duas mãos a segurar o comando.
Agora que a tua mão fugiu para fora, eu continuo a carregar nos botões e já não é esse medo que me engole daqui para fora.
Isto a Lua já pode levar até ti. Esta dor pequenina, porque no fundo sou pequenina, de tudo aquilo que me roubaste quando me prometeste dar para sempre. Isto a Lua já te pode entregar por correio azul. Esta mágoa azul de tristeza que me deixa nódoas na roupa e no coração. Esta coisa pequenina que me tiraste, mas que a mim me enchia o coração porque sou pequenina e preciso de pouco para ser feliz.
Isto a Lua já te pode deixar à porta de casa. Este amor que já não é teu, porque o quiseste mandar fora.
E mandar fora algo que não está fora do prazo é perder amor e perder paixão. É destruir antes de ler.
E não se destrói quem se ama.
És tu que me dás comichão no cérebro. Só tu.
Subscrever:
Mensagens (Atom)